sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Projectos para 2011

*Concluir a Licenciatura em Direito em Coimbra;

*Ingressar num Mestrado na FDUC (de preferência em Direito Internacional Público);

*Retomar meus estudos de Francês e iniciar o de outra língua (de preferência o Alemão);

*Preparar-me mais e participar dos concursos públicos que me interessem e sejam possíveis;

*Dedicar-me mais ao COF;

*Dedicar-me mais às coisas da Igreja, para crescer espiritualmente;

*Estudar mais Filosofia do Direito, Ciência Politica, Direito Constitucional, Direito Internacional Público, Direito Comunitário, História da Filosofia, Ética, Teodicéia, Filosofia Política, Teologia Católica, História Moderna e Contemporânea; Diplomacia e Literatura;

*Ler mais Olavo de Carvalho, J.J. Canotilho, Jónatas Machado, Paulo Ferreira da Cunha, Machado de Assis, Miguel Torga, Aquilino Ribeiro, Eça de Queirós, Camilo Castelo Branco, Fernando Pessoa, Graciliano Ramos, Lima Barreto, Philip Roth, Dostoiévski, Álvaro Ribeiro, São Josemaría Escrivá, Platão, Aristóteles e Santo Tomás de Aquino;

*Servir cada vez mais e melhor aos que me são caros;

*Assistir a, pelo menos, 100 filmes (bons!!!);

*Cuidar mais dos meus blogs (precisam mesmo!);

*Gerenciar melhor meu tempo, para que eu aproveite cada vez mais cada segundo de que disponho e não desperdice meu tempo com coisas sem importância ou mesmo prejudiciais;

*Cuidar mais da forma e da saúde;

*Cuidar de preparar as traduções.

Muita coisa, e muitos desses itens talvez nem se concretizem. Mas preciso traçar metas para o meu futuro, não?

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

A Coroação de Maria



Não me lembro onde encontrei esta foto nem o nome do autor de tão bela obra de arte. Mas posto porque,enfim, acho-a linda.

domingo, 26 de dezembro de 2010

10 Livros para ler imperativamente em 2011 (não-ficção)

*A Natureza do Direito – Eric Voegelin
*Ordem e História (vol 1) – Eric Voegelin
*Direito Internacional – Jónatas Machado
*Direito Internacional Publico – Francisco Ferreira de Almeida
*A Dialética Simbólica – Olavo de Carvalho
*Aristóteles em Nova Perspectiva – Olavo de Carvalho
*1808 – Laurentino Gomes
*1822 – Laurentino Gomes
*Casa Grande & Senzala – Gilberto Freire
*The Pol Pot Regime – Ben Kiernan

10 Livros para ler imperativamente em 2011 (ficção)

*Ana Karenina – León Tolstoi
*Os Demônios – Fiódor Dostoiévski
*A Montanha Mágica - Thomas Mann
*Don Quijote – Miguel de Cervantes
*Pais e Filhos – Ivan Turgueniev
*Almas Mortas – Nikolai Gogol
*Andam Faunos Pelos Bosques – Aquilino Ribeiro
*A Via Sinuosa – Aquilino Ribeiro
*Anátema – Camilo Castelo Branco
*Casei com um Comunista – Philip Roth

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Salário merreca?

Lustosa da Costa, há 3 dias:


Demagogia

Nos últimos tempos, cresceu o número de empresários na vida pública. E, com sua presença, a demagogia da austeridade da redução de salários dos que exercem cargos públicos. Chegamos ao extremo de remunerar com pouco mais dez mil reais um ministro de Estado. Que não pode viver nem sustentar a família com tal quantia. A solução tem sido, em tempos mais honestos, lhes dar um "bico", ou seja: lugar num conselho de empresa estatal, para lhe complementar a remuneração.

Salários dignos

Parece que, agora, vão pagar salários condignos a ministros de Estado. Menos do que ganham jornalistas de televisão de cadeia nacional, mas o suficiente para vida digna. Agora, a demagogia persiste quando Lula fala em adquirir avião novo para a Presidência da República. Quando do Aerolula, a imprensa golpista difundiu a ideia de que o presidente ia comprar um jatão de primeira linha para ele. Agora que se vê que o avião foi adquirido para o Estado, volta a toada quando ele fala em comprar aparelho condigno para bem transportar o governante brasileiro a outros países. Bons tempos eram aqueles em que empresários ganhavam pouco, nos cargos que exerciam, mas suas empresas faturavam milhões e eles ganhavam outras, sem tirar um real do bolso, somente por conta do exercício do posto.


Quer dizer que R$ 10 mil por mês é uma merreca, um salário incapaz de “sustentar dignamente uma família”? Em que mundo Lustosa da Costa vive? Caso ele não saiba, não são poucos os brasileiros que vivem dignamente, mas com um rendimento inferior à R$ 10 mil mensais. Boa parte da classe média brasileira é assim. Caso não saiba, os salários dos ministros de Estado são pagos com recursos públicos e estes são conseguidos via tributação (i. e., pagamento obrigatório e coercivo), ao passo que os salários dos empresários são fruto do labor de suas empresas. Por que raios então deveríamos apoiar salários mais altos para ministros de Estado, sendo o Brasil uma país com tantos pobres e tantas mazelas sociais?

Pelo visto, ele acha que um reajuste de quase 62% é mostra de que o Brasil “agora é primeiro mundo”. Bem, se é assim, imagine se ele visse como funciona as coisas nesses países. Não há nada que comemorar nesse reajuste.

Para quem se diz tão preocupado com a situação dos mais pobres, é uma mancada indesculpavel.

sábado, 11 de dezembro de 2010

Leituras Virtuais 8

O despertar, tarde demais
Olavo de Carvalho analisa o repúdio do ator Carlos Vereza à esquerda brasileira e ás suas crenças marxistas.

O Tiririca letrado
Guilherme Fiuza comenta as bravatas de Plínio de Arruda Sampaio.

Preso pai de filho raptado pelo governo da Suécia
Hilary White segue cobrindo o caso da família sueca perseguida pelo Estado de seu país.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Sobre o resultado das eleições



Há muito que prometi comentar sobre as eleições presidenciais deste ano. Não quero ser redundante, já que outros posts meus já indicam o que penso, bem como já vi diversas análises bem melhores do que esta minha que ora se lê, de modo que o que aqui vai não é mais do que um comentário baseado nalgumas informações e noutras suposições, e não um tratado científico.

O governo de Dilma Rousseff tem tudo para ser pouco mais do que uma continuação do governo Lula e, por conseguinte, do Foro de São Paulo. Dilma não deve mudar radicalmente a política econômica (herdada, em suas linhas gerais, do tão amaldiçoado FHC), vai continuar com seus programas assistencialistas, sua retórica ufanista, seu apoio a regimes e governos iníquos (Ahmadinejad, Hugo Chávez, Evo Morales, e o ex-presidente hondurenho Manuel Zelaya), seu execrável PNDH-3.

As mudanças, entretanto, acontecerão: a tentativa de legalizar o aborto deve ganhar novo fôlego, a patrulha politicamente correta deve recrudescer, os mensaleiros deverão voltar e ser reabilitados na medida do possível; o Foro de São Paulo tem tudo para expandir seu poder pelo Brasil e, acima de tudo, agora quem estará no poder de facto será o PT puro e simples. Digo isso baseado na conversa com um amigo gaúcho, que me contou do que se passou no Rio Grande do Sul quando o PT por lá mandou e desmandou por anos: o poder estava antes nas mãos do partido do que na do mandatário eleito.

Com o pleito de 2010 o Brasil perdeu mais uma vez a chance de uma renovação de sua política, de praticar a rotatividade de poder. Nem digo que perdeu a chance de eleger um liberal ou conservador depois de mais de 1 década e meia de esquerdismo dos antigos perseguidos pelo regime militar, uma vez que um candidato com este perfil estava ausente na lista dos presidenciáveis e, infelizmente, deve continuar ausente por um tempo. Cada vez mais se mostra verdade o que diz Olavo de Carvalho. Que a política brasileira é uma competição entre partidos de esquerda. Existem esforços para mudar isso mas, por enquanto, todo sigue igual.

É, as previsões não são muito lá boas para o futuro político do Brasil. Resta aos que se opõem a isso reagir. É hora de rezar e lutar!

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Leituras Virtuais 7‏

Fúria estatal contra a família na “exemplar” Suécia
Hilary White mostra como, apesar das mudanças, a Suécia continua a ser um país onde o Estado sempre está disposto a invadir a liberdade dos seus cidadãos.

Discutamos a saída do euro
Nicolau Santos discorre sobre a crise económica na Europa.

Os barões
Olavo de Carvalho fala dos barões das drogas.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Volta à Fortaleza

Voltei à Fortaleza no dia 28 de Novembro e só retorno à Coimbra por volta do fim de Janeiro de 2011. Só ontem acessei a internet, já que estive tão ocupado com outras coisas que ela nem me fez muita falta nem interesse. Vou aproveitar minha estadia em minha cidade natal para, entre diversas outras coisas, me actualizar sobre a realidade brasileira. No mais tudo seguirá como dantes por aqui, isso se não melhorar.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Leituras Virtuais 6

Ânsia de bajular
Olavo de Carvalho mostra como até "opositores" ao PT não resistem em bajular Lula.

Socialismo del siglo XXI
Mario Vargas Llosa fala da esquerda latinoamericana e do tão propalado "socialismo do século XXI".

Marx e o pensamento dos outros
Marx, por Ipojuca Pontes.

Santíssima Trindade



Por fé e amor à Santíssima Trindade, posto esta belíssima pintura.

domingo, 14 de novembro de 2010

Mortificação, ignorância e preconceito



É notícia velha eu sei, mas o assunto é perene.

Há meses, vi no G1 esse artigo sobre a srta. Sarah Cassidy, e seu uso diário de “arame farpado” para controlar desejos sexuais. Nunca dantes ouvi falar dessa distinta mulher.

Pelo teor do texto, suspeitei de uma abordagem enviesada e resolvi pesquisar um pouco mais. Como já suspeitava, a história era diferente: Cassidy e uma numerária inglesa do Opus Dei, e que por isso usa todos os dias um antigo instrumento de mortificação chamado cilício.

Ora, cilício não é arame farpado. É uma espécie de cinto de ferro com várias pontas viradas para o lado de dentro. Existem cilícios para os braços, o tronco e as pernas. É este último que é usado pela srta. Sarah Cassidy e pelos numerários do Opus Dei em geral.

Bom, pergunto eu: que mal há nisso? Que mal há no facto de uma mulher católica devota fazer uso de uma antiga prática aprovada pela Igreja e que, segundo alguns bem mais versados na matéria do que o jornalista do G1, traz tantos benefícios espirituais?

A reportagem do Daily Mail sobre o caso foi mais honesta, mas também não deixou de ter lá seus preconceitos anticatólicos que, suspeito, sejam comuns no Reino Unido(nem falo de várias opiniões deixados na caixa de comentários por vários leitores). O principal, pelo menos que pude perceber, era um pensamento assim: “que desperdício de vida! Não é esrranho que mulheres educadas e bem sucedidas façam isso e acreditem nessas coisas?”. Bom, isso é bizarro para a mentalidade materialista e hedonista que ocupa largos espaços no mundo ocidental moderno, sendo a Grã-Bretanha um dos casos mais pronunciados. Para ela, o sacrifício e mesmo o desconforto são sempre ruins, males em si mesmo, e que se tornam ainda mais estranhos quando são ofertados a Deus. Sacrificar-se por Deus, mesmo que seja um pequeno sacrifício, é esquisito. Ceder aos próprios instintos, caprichos e impulsos, no matter what, isso sim é coisa de gente normal. Fossem a srta. Sarah Cassidy e suas colegas numerárias de seu centro feminino londrino lésbicas, abortistas e promotoras do “amor livre”, duvido muito se causaria tamanha estranheza.

No mais, ao jornalista do G1: não se preocupe por ela ser diretora de uma escola primária. Suas crenças e praticas não a desabilitam para a função que exerce. É bem possível até que ela a faça com qualidade exemplar.

sábado, 13 de novembro de 2010

Com atraso, sobre as eleições...



Depois comento mais. Só adianto que as perspectivas nunca foram tão sombrias.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Vídeos Interessantes

Frei Boffetada

Frei Boff reagindo violentamente contra uma entrevista que o questiona mui levemente.


Discussão entre Dilma Rousseff e Miriam Leitão [CBN 2010]

Dilma mostrando seu despreparo e arrogância ao ser questionada sobre a dívida brasileira.


José Serra partiu para o pau contra a Dilma e o PT

Nivaldo Cordeiro comenta o pecado mortal do PSDB.

A economia brasileira à pleno vapor

Dívida pública sobe 0,5% em setembro, para R$ 1,62 trilhão

A dívida pública federal, o que inclui os endividamentos interno e externo, subiu 0,5% em setembro deste ano, quando atingiu o valor de R$ 1,62 trilhão, informou nesta quinta-feira (21) a Secretaria do Tesouro Nacional. Em agosto, a dívida estava em R$ 1,61 trilhão. O crescimento registrado foi de R$ 8 bilhões.

Agora, quase não me contenho de curiosidade para saber como o sucessor de Lula vai reagir quando essa bomba estourar no seu colo.

sábado, 9 de outubro de 2010

Profetização do Fim da Canção Nova

A pedido de um amigo, publico aqui esse importante texto de autoria de sua noiva:

«Maldito o homem que confia no homem e se apóia num braço de carne e cujo coração se retira do Senhor. Porque será como as tamargueiras no deserto e não verá chegar o bem, mas habitará em secura no deserto, numa terra salobra e inabitável» (Jr 17,5-6).

O envolvimento do PT com políticas pró-aborto e as tentativas de legalização desse crime hediondo, tornando-o um direito das mães de matarem a prole é fato conhecido e notificado com todas as provas documentais que se possa imaginar. Um exemplo notório é o PL 1135/91 que prevê a legalização do aborto até o fim da gestação e que foi elaborado por COMISSÃO DO GOVERNO DO PT.


Além de tudo, o Partidão está prevendo censura e outras aberrações em um pacote chamado “Plano de Direitos Humanos”.


Isso tudo foi denunciado pelo Pe. José Augusto. Em link retirado do ar pela Canção Nova, porque esta fez questão de dizer que suas opiniões não manifestavam a opinião da instituição. As opiniões do bravo Pe. José Augusto eram contra o aborto, contra a união civil de homossexuais, contra a censura à imprensa, contra a legalização das drogas e contra a covardia dos católicos que, acomodados, não se preocupam em lutar pela cristianização da sociedade com um voto consciente sobre o quê está sendo planejando para o Brasil com o Plano de Direitos Humanos do PT subscrito por Dilma:


Veja algumas palavras do Pe. José Augusto:


“Chega de sermos católicos mornos, frios e medrosos! [...] Como é que nós ficamos assim, como se nada tivesse acontecendo, numa boa, com medo de perder isso, medo de perder aquilo… que perca tudo! Nós só não podemos perder é Jesus Cristo nessa vida. E a nação brasileira tem que ser uma nação cujo Deus é o Senhor!”.

Mas as opiniões do Pe. José Augusto não manifestam a opinião da Canção Nova. Isso não soa sombrio? A coisa está tão feia que o Pe. Joãozinho da Canção Nova ainda faz apelo contra os bispos de Cristo e insinua claramente ser um cabo eleitoreiro da Dilma:


http://blog.cancaonova.com/padrejoaozinho/2010/10/07/o-momento-politico-e-a-religiao/


O caso clínico Gabriel Chalita


Gabriel Chalita foi eleito porque tinha 4 anos de propagandas eleitorais gratuitas fornecidas pela Canção Nova através de um programa que ele coordenava no canal. Hoje, Chalita zomba dos Bispos fiéis ao Magistério da Igreja, chamando-os de “boateiros”, esse vídeo do Chalita é o mais nojento que eu já vi, o mais asqueroso dos seus pronunciamentos contra a verdade:



http://www.youtube.com/watch?v=xS2pv2z8BP4


O que a Canção Nova fez? Não deu um pronunciamento sobre toda a contra propaganda do atual deputado federal Chalita à Igreja de Cristo, que lhe deu abrigo e acolhimento para que pudesse se eleger no Estado de São Paulo. Mas e quanto ao Pe. José Augusto? A Canção Nova lhe deu a palma da censura. Realmente, deduz-se muito tristemente qual a verdadeira opinião da Canção Nova. Ela varia segundo a quantidade de dinheiro que lhe prometem pagar. Está prostituída, vendida e idolatra o bezerro de ouro. Ela confia nos homens (e em um homem como Gabriel Chalita que já provou ser um traidor da pior espécie). Canção Nova perdeu o temor de Deus para confiar seus porcos centavos a homens. A providência divina lhe fez perder a paciência, Canção Nova quer um cachê generoso do Chalita e da Dilma.



Canção Nova e Padre Antônio Vieira


Mas qual a diferença entre o que a Canção Nova fez e o que os judeus fizeram quando escolheram que se crucificasse o filho do Deus Vivo em troca de um sossego com o governo que comandava sua terra? Pe. Antônio Vieira explica:

“Sendo este conselho tão político, e sendo tão políticos os seus conselheiros, que se seguiu de todas estas políticas? O que se seguiu foi a destruição de Jerusalém, a destruição de toda a República dos Hebreus, a destruição dos mesmos pontífices e fariseus que fizeram o conselho. E por quê? Porque, tendo o conselho tanto de político, não teve o que devia ter de cristão: antes todo ele foi contra Cristo: Collegerunt pontifices et pharisaei concilium adversus Jesum (Jo 11,47). Estas palavras: adversus Jesum, não são do texto, senão da glossa da Igreja. Notai, diz a Igreja, que este conselho foi contra Cristo. E de um conselho contra Cristo que se podia esperar, senão a destruição do mesmo conselho, dos mesmos conselheiros, e de toda a república, que por tais meios pretenderam defender e sustentar? E assim foi. O fundamento político de toda a resolução que tomaram de matar a Cristo foi este: Si demittimus eum sic, venient Romani, et tollent locum nostrum, et gentem (Jo. 11, 48): Se deixamos este homem assim; todos o hão de aclamar por rei, e se se souber em Roma que nós temos rei contra a soberania e majestade do Império Romano, hão de vir contra nós os romanos, e hão de tirar-nos dos nossos lugares, e hão de destruir a nossa gente e a nossa república: pois morra este homem, para que nos não percamos todos.”

“Pois morra Cristo, para que não nos percamos todos”: é isso o que a Canção Nova pensa em fazer? Esconder a morte de inocentes, esconder os planos maquiavélicos de imoralidade previstos pelo Governo do PT? Para que a Canção Nova continue fazendo seu programa de TV diário com segurança e sobretudo dinheiro, e sobretudo com Gabriel Chalita mostrando sua cara cínica na TV? Isso tudo para que morra o Cristo? Crucificando o Cristo? Desfigurando a Igreja de Deus?

Pe. Vieira explica em que resulta política tão obtusa:

“Mas vede como lhes saiu errada esta sua política. Matemos este homem por que nos não percamos todos, — e perderam-se todos, porque mataram aquele homem; — matemos este homem por que não venham os romanos, e tomem Jerusalém, — e porque mataram aquele homem, vieram os romanos e tomaram Jerusalém, e não deixaram nela pedra sobre pedra.
Que é de Jerusalém? Que é da República Hebréia? Quem a destruiu? Quem a dissipou? Quem a acabou? Os romanos. Eis aqui em que vêm a parar os conselhos e as políticas, quando as suas razões de estado são contra Cristo.”

Eu não profetizo que a Canção Nova vai cair, quem o profetiza é o Pai do Brasil, Pe. Antônio Vieira, ela vai afundar como assim ocorreu com a Jerusalém dos judeus da época da morte de Cristo. A Canção Nova está sob maldição. E isso basta ver, pensar e refletir porque Deus fala conosco através da consciência. E se “a consciência” da Canção Nova ainda não está pesada, vai ficar em breve. Digo mais: se Dilma ganhar, a primeira instituição que comerá da bolota dos porcos vai ser a Canção Nova. E eu não vou rir disso, mas vou lamentar um desfecho tão óbvio. Porque não me rio da desgraça de nenhum irmão:

“E vós temeis mais a potência dos romanos que a justiça de Deus? Pois castigar-vos-á a justiça de Deus com a mesma potência dos romanos. E vós entregais a Cristo aos soldados romanos para que o prendam e crucifiquem, pois Cristo vos entregará aos soldados romanos, para que vos cativem, vos matem e vos assolem. E vós antepondes a amizade do imperador dos romanos à graça de Deus; pois Deus fará que os imperadores romanos sejam os vossos mais cruéis inimigos, e que venha Tito e Vespasiano a conquistar-vos e destruir-vos. De maneira que todas as políticas dos pontífices e fariseus se converteram contra eles, e das resoluções do seu mesmo conselho se formaram os instrumentos da sua ruína. Disto lhes serviu o temor, o respeito, a dependência e a amizade dos romanos. E este foi o desastrado fim daquele conselho, merecedor de tal fim, pois tinha elegido tais meios.”

Convertei-vos enquanto existe tempo. Porque a verdadeira política é o temor de Deus:

“Senhor. A verdadeira política é o temor de Deus, o respeito de Deus, a dependência de Deus e a amizade de Deus, e a verdadeira arte de reinar é guardar sua Lei.”



Emanuelle Carvalho Moura



**

Sermão da 6a Sexta-Feira da Quaresma de 1662



Padre Antônio Vieira



parte VII





Sendo este conselho tão político, e sendo tão políticos os seus conselheiros, que se seguiu de todas estas políticas? O que se seguiu foi a destruição de Jerusalém, a destruição de toda a República dos Hebreus, a destruição dos mesmos pontífices e fariseus que fizeram o conselho. E por quê? Porque, tendo o conselho tanto de político, não teve o que devia ter de cristão: antes todo ele foi contra Cristo: Collegerunt pontifices et pharisaei concilium adversus Jesum (Jo 11,47). Estas palavras: adversus Jesum, não são do texto, senão da glossa da Igreja. Notai, diz a Igreja, que este conselho foi contra Cristo. E de um conselho contra Cristo que se podia esperar, senão a destruição do mesmo conselho, dos mesmos conselheiros, e de toda a república, que por tais meios pretenderam defender e sustentar? E assim foi. O fundamento político de toda a resolução que tomaram de matar a Cristo foi este: Si demittimus eum sic, venient Romani, et tollent locum nostrum, et gentem (Jo. 11, 48): Se deixamos este homem assim; todos o hão de aclamar por rei, e se se souber em Roma que nós temos rei contra a soberania e majestade do Império Romano, hão de vir contra nós os romanos, e hão de tirar-nos dos nossos lugares, e hão de destruir a nossa gente e a nossa república: pois morra este homem, para que nos não percamos todos. Mas vede como lhes saiu errada esta sua política. Matemos este homem por que nos não percamos todos, — e perderam-se todos, porque mataram aquele homem; — matemos este homem por que não venham os romanos, e tomem Jerusalém, — e porque mataram aquele homem, vieram os romanos e tomaram Jerusalém, e não deixaram nela pedra sobre pedra. Que é de Jerusalém? Que é da República Hebréia? Quem a destruiu? Quem a dissipou? Quem a acabou? Os romanos. Eis aqui em que vêm a parar os conselhos e as políticas, quando as suas razões de estado são contra Cristo. Santo Agostinho: In contrarium eis vertit malum consilium: Vede, diz Agostinho, o mau conselho como se converteu contra os mesmos que o tinham tomado: Ut possiderent, occiderunt, et quia occiderunt, perdiderunt: para conservarem a república, mataram a Cristo, e porque mataram a Cristo, perderam a república. — Oh! quantas vezes se perdem as repúblicas, porque se tomam por meios de sua conservação ofensas de Cristo! Quem aconselha contra Deus, aconselha contra si. E os meios que os homens tomam para se conservar, se são contra Deus, esses mesmos tomam Deus contra eles, para os destruir.



Muitas vezes castigou Deus a República Hebréia, em todos os estados e em todas as idades, por diferentes nações. Deixo os cativeiros particulares no tempo dos Juízes pelos madianitas, e no tempo dos reis pelos filisteus. Vamos aos cativeiros gerais. O primeiro cativeiro geral, em tempo de Moisés, foi pelos egípcios; o segundo cativeiro geral, em tempo de Oséias, foi pelos assírios; o terceiro cativeiro geral, em tempo de Jeconias, foi pelos babilônios; o último cativeiro geral, depois de Cristo, que é o presente, foi pelos romanos. E por que ordenou Deus que os executores deste último cativeiro fossem os romanos, e não por outra nação? Não estavam ainda aí os mesmos egípcios, os etíopes, os árabes, os persas, os gregos e os macedônios, que eram as nações confinantes? Pois por que não ordenou Deus que os executores deste cativeiro fossem estas, ou outra nação, senão os romanos? Para que visse o mundo todo que a causa deste castigo foram as políticas deste conselho. Ora vede.



Três resoluções tomaram estes conselheiros para conservação da sua república, todas três fundadas no temor, no respeito, na dependência e na amizade dos romanos. A primeira notou S. Gregório, a segunda S. Basílio, a terceira Santo Ambrósio. Deixo as palavras por não fazer o discurso mais largo. A primeira resolução foi que, se Cristo continuasse com aquele séquito e aplauso e com as aclamações de rei que lhe dava o povo, viriam os romanos sobre Jerusalém: Si dimittimus eum sic, venient romani (Jo 11,48). A segunda resolução foi entregarem a Cristo aos soldados romanos, porque eles foram os que o

prenderam no Horto e o crucificaram: Judas vero, cum accepisset cohortem (Jo 18,3), que era uma das coortes romanas. A terceira resolução foi persuadirem a Pilatos, governador de Judéia posto pelos romanos, que, se livrava a Cristo, perdia a amizade do César: Si hunc dimittus, non es amicus Caesaris (Jo 19,12). Ah! sim! E vós temeis mais a potência dos romanos que a justiça de Deus? Pois castigar-vos-á a justiça de Deus com a mesma potência dos romanos. E vós entregais a Cristo aos soldados romanos para que o prendam e crucifiquem, pois Cristo vos entregará aos soldados romanos, para que vos cativem, vos matem e vos assolem. E vós antepondes a amizade do imperador dos romanos à graça de Deus; pois Deus fará que os imperadores romanos sejam os vossos mais cruéis inimigos, e que venha Tito e Vespasiano a conquistar-vos e destruir-vos. De maneira que todas as políticas dos pontífices e fariseus se converteram contra eles, e das resoluções do seu mesmo conselho se formaram os instrumentos da sua ruína. Disto lhes serviu o temor, o respeito, a dependência e a amizade dos romanos. E este foi o desastrado fim daquele conselho, merecedor de tal fim, pois tinha elegido tais meios.



Senhor. A verdadeira política é o temor de Deus, o respeito de Deus, a dependência de Deus e a amizade de Deus, e a verdadeira arte de reinar é guardar sua Lei. Os políticos antigos estudavam pelos preceitos de Aristóteles e Xenofonte; os políticos modernos estudam pelas malícias de Tácito, e de outros indignos de se pronunciarem seus nomes neste lugar. A verdadeira política, e única, é a Lei de Deus. Ouvi umas palavras de Deus no capítulo 17 do Deuteronômio, que todos os príncipes deviam trazer gravadas no coração: Cum sederit rex in solio regni sui, describet sibi Deuteronomium legis hujus, legetque illud omnibus diebus vitae suae, ut discat timere Deum, neque declinet in partem dexteram, vel sinistram, ut longo tempore regnet ipse, et filii ejus (Dt. 17,18 ss). Tanto que o rei, diz Deus, se assentar no trono do seu reino, a primeira coisa que fará, será escrever por sua própria mão esta minha Lei, e a lerá todos os dias de sua vida, para que aprenda a temer a Deus, e não se apartará dela um ponto, nem para a mão direita, nem para a esquerda, e deste modo conservará o seu reino para si e para seus descendentes. — Pois, Senhor, esta é a arte de reinar, este são os documentos políticos, e estas são as razões de estado que dais ao rei do vosso povo para sua conservação e para perpetuidade e estabelecimento de seu império? Sim. Estas são, e nenhumas outras. Saber a Lei de Deus, temer a Deus, guardar a Lei de Deus, e não se apartar um ponto dela. Se Aristóteles sabe mais que Deus, sigam-se as políticas de Aristóteles. Se Xenofonte sabe mais que Deus, imitem-se as idéias de Xenofonte. Se Tácito fala mais certo que Deus, estudem-se as agudezas e sentenças de Tácito. Mas se Deus sabe mais que eles, e é a verdadeira e única sabedoria; estudem-se, aprendam-se, e sigam-se as razões de estado de Deus.



Não digo que se não leiam os livros, mas toda a política sem a Lei de Deus é ignorância, é engano, é desacerto,

é erro, é desgoverno, é ruína. Pelo contrário, a Lei de Deus só, sem nenhuma outra política, é política, é ciência, é acerto, é governo, é conservação, é seguridade. Toda a política de um rei cristão se reduz a quatro partes e a quatro respeitos: do rei para com Deus, do rei para consigo, do rei para com os vassalos, do rei para com os estranhos. Tudo isto achará o rei na Lei de Deus. De si para com Deus, a religião; de si para consigo, a temperança; de si para com os vassalos, a justiça; de si para com os estranhos a prudência. Para todos estes quatro rumos navegará segura a monarquia, se os seus conselhos levarem sempre por norte a Deus, e por leme a sua Lei: Consiliorum gubernaculum lex divina, disse S. Cipriano. Os conselhos são o governo da república, e a Lei de Deus há de ser o governo dos conselhos. Conselho e república que se não governa pela Lei de Deus, é nau sem leme. Por isso o reino de Jeroboão, de Bassa, de Jeú, e de tantos outros, fizeram tão miseráveis naufrágios.



O mais político e o mais prudente rei que lemos nas Histórias Sagradas foi Davi. E qual era o seu conselho? Ele o disse: Consilium meum justificationes tuae (Sl. 118,24): O meu conselho, Senhor, são os vossos mandamentos. — Oh! que autorizado conselho! Oh! que prudentes conselheiros! O conselho: a Lei de Deus, os conselheiros: os dez mandamentos. De Aquitofel, aquele famosíssimo conselheiro, diz o texto que eram os seus conselhos como oráculos e respostas de Deus: Tanquam si quis consuleret Dominum (2Sam 16,23). Os Mandamentos de Deus, que eram os conselheiros de Davi, não são como oráculos, senão, verdadeiramente oráculos de Deus. E quem se governar pelos oráculos de Deus, como pode errar? Quando Cristo apareceu a el-rei D. Afonso Henriques, e lhe certificou que queria fundar e estabelecer nele e na sua descendência um novo império, assim como disse a Moisés: Ego sum qui sum: Eu sou o que sou — assim o disse àquele primeiro rei: Eu sou o que edifico os reinos e os dissipo: Ego edificator, et dissipator regnorum sum. Nestas duas máximas resumiu Cristo todas as razões de estado por onde queria se governasse um rei de Portugal. Deus é o que dá os reinos, e Deus é o que os tira. O fim de toda a política é a conservação e aumento dos reinos. Como se hão de conservar os reinos, se tiverem contra si a Deus, que os tira, e como se hão de aumentar os reinos, se não tiverem por si a Deus, que os dá? Se não tivermos contra nós a Deus, segura está a conservação; se tivermos por nós a Deus, seguro está o aumento: Pone me juxta te, et cujusvis manus pugnet contra me (Jó 17,3), dizia Jó, que também era rei: Ponha-me Deus junto a si, e venha todo o mundo contra mim. — Se tivermos de nossa parte a Deus, ainda que tenhamos contra nós todo o mundo, todo o mundo não nos poderá ofender; mas se tivermos a Deus contra nós, ainda que tenhamos todo o mundo da nossa parte, não nos poderá defender todo o mundo. Fazer liga com Deus ostensiva e defensiva, e estamos seguros. Eis aqui o erro fatal deste mal-aconselhado conselho dos pontífices e fariseus: por se ligarem com os romanos, apartaram-se de Deus, e porque não repararam em perder a Deus, por conservar a república, perderam a república e mais a Deus. Iste homo multa signa facit (Jo 11,47): Este homem, diziam, faz muitos sinais. — Chamavam sinais aos milagres de Cristo, e, ainda que acertaram o número aos milagres, erraram a conta aos sinais. Os milagres eram muitos, mas os sinais não eram mais que dois. Se seguissem a Cristo, sinal de sua conservação: se o não seguissem, sinal de sua ruína. Cada milagre daqueles era um cometa que ameaçava mortalmente a República Hebréia, se não cresse, e ofendesse a Cristo. E assim foi.



Príncipes, reis, monarcas do mundo, se vos quereis conservar, e a vossos estados, se não quereis perder vossos reinos e monarquias, seja o vosso conselho supremo a Lei de Deus. Todos os outros conselhos se reduzam a este conselho, e estejam sujeitos e subordinados a ele. Tudo o que vos consultarem vossos conselhos e vossos conselheiros, ou como necessário à conservação, ou como útil ao aumento, ou como honroso ao decoro, à grandeza e à majestade de vossas coroas, seja debaixo desta condição infalível: se for conforme à Lei de Deus, aprove-se, confirme-se, decrete-se e execute-se logo; mas se contiver coisa alguma contra Deus e sua Lei, reprove-se, deteste-se, abomine-se, e de nenhum modo se admita nem consinta, ainda que dele dependesse a vida, a coroa, a monarquia. O rei em cuja consciência e em cuja estimação não pesa mais um pecado venial que todo o mundo, não é rei cristão. Quid prodest homini, si universum mundum lucretur, animae vero suae detrimentum patiatur. Que lhe aproveitará a qualquer homem, e que lhe aproveitou a Alexandre ser senhor do mundo, se perdeu a sua alma? Perca-se o mundo, e não se arrisque a alma; perca-se a coroa e o cetro, e não se manche a consciência; perca-se o reino da terra, e não se ponha em contingência o reino do céu. Mas o rei, que por não pôr em contingência o reino do céu, não reparar nas contingências do reino da terra, é certo e infalível que por esta resolução, por este valor, por esta verdade, por este zelo, por esta razão e por esta cristandade, segurará o reino da terra e mais o do céu, porque Deus, que é o supremo senhor do céu e da terra, nesta vida o estabelecerá no reino da terra, pela firmeza da graça, e na outra vida o perpetuará no reino do céu, pela eternidade da glória.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Lula, aborto e eleições

Lula: priorizar aborto é 'baixar nível da campanha'

Qui, 07 Out, 07h40
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumiu o papel de cabo eleitoral da candidata à Presidência Dilma Rousseff (PT) hoje, em entrevista coletiva, no Rio de Janeiro. Perguntado sobre a questão do aborto, disse que Dilma já se manifestou sobre isso e que "tem gente no submundo que baixa o nível da campanha ao priorizar este assunto".

"Eu sofri este tipo de pressão em 1989, quando criticaram minha barba, a estrela, a cor vermelha do PT. Disseram até que eu ia acabar com as igrejas evangélicas, mas não tem um pastor neste País que não venha me agradecer pelo que eu fiz pela liberdade religiosa", afirmou, olhando diretamente para o Bispo Crivella.



É claro que é baixar o nível, Sr.Presidente: o senhor não quer que se saiba que há anos o seu partido tem na legalização do aborto uma meta a ser cumprida e nem que a sua candidata já declarou que a legalização do aborto no Brasil deveria ser feita já, pois é uma "questão de saúde pública". E compreensível: como mais de 80% da população brasileira é contra o aborto, se sua sucessora levantar essa bandeira, como vai vencer o pleito?

Momento Campanha Eleitoral*

CHEGA DE SUBVERSÃO !!!

Chega de aborto, promoção da viadagem e da esculhambação!

CHEGA DE BAIXEZA!

Cristãos, a vitória é NOSSA.

VOTANDO NO SERRA, não estamos apoiando-o, mas votando CONTRA DILMA, daremos um recado aos nossos governantes, inclusive ao SERRA, para não fazer besteira depois de eleito.

UM SIM A DEUS, UM SIM À MORALIDADE, eis o voto do cristão. Este voto é para SERRA não porque ele é SERRA, mas porque foi quem restou para nos dar algum tempo para nos unirmos mais ainda e ensinarmos a todos os próximos presidentes que os brasileiros são cristãos de verdade.

VOTE CONTRA A INIQUIDADE E SEREMOS VENCEDORES !!!



*De autoria de meu amigo André Oliveira.

Bibliografia Jurídica by Olavo de Carvalho

Por indicação de um amigo, ouvi o True Outspeak da segunda-feira, dia 04 de Outubro. Qual não foi a minha grata surpresa quando eu uvi Olavo de Carvalho indicar uma bibliografia importante para os estudantes e operadores do Direito em geral! Eis que a transcrevo aqui para vocês:

*Os Princípios Filosóficos do Direito Político Moderno – Simone Goyard-Fabre
*Os Fundamentos da Ordem Jurídica - Simone Goyard-Fabre
*Filosofia del Diritto – Igino Petrone
*Princípios de Direito Constitucional Geral – Santi Romano
*Lições de Filosofia do Direito (2 vols) – Giorgio Del Vecchio
*Aspectos Jurídicos do Capitalismo Moderno – Georges Ripert
*Lógica Jurídica – Chaim Perelmam
*A Evolução do Direito – Rudolph von Ihering
*Filosofia do Direito – Miguel Reale
*Lições Preliminares de Direito - Miguel Reale

Caríssimos leitores, e especialmente os colegas juristas, enjoy it!

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Recebi via e-mail a seguinte mensagem, de uma lista de discussões da qual não participo, sobre o Pe. José Augusto, da Canção Nova, que se opõe vigorosamente ao PT:

Lamentável o que está acontecendo nestas eleições: Já não basta a revista veja, com 40 capas altamente tendenciosas ao PSDB, agora padres e evangélicos se uniram para atacar o PT , Lula e Dilma. Esses religiosos certamente se esqueceram dos ensinamentos de Cristo: Dai a Deus o que é de Deus, e a César o que é de César! e com isso COM TODA CERTEZA, estão dividindo suas ovelhas. Quem lançou o fome zero? quem mais cumpriu o mandamento bíblico de dar de comer a quem tem fome e beber a quem tem sede? Eu respondo: Luiz Inácio LULA da Silva. Com o fome zero, a transposição do rio São Francisco e construção de milhares de açudes ele deu água e pão ao povo de Deus. Com a mesma (ou mais) autoridade dos que criticam Lula e Dilma eu também me posiciono: esses padres e pastores são verdadeiros ANTICRISTOS, e queimarão no fogo do inferno, com toda certeza!

1)Desde quando o ensinamento cristão de separar os tributos temporais dos espirituais exime totalmente os religiosos dos assuntos terrestres? Se o missivista for católico, será que não conhece a Doutrina Social da Igreja, que trata precisamente de temas políticos e sociais do ponto de vista cristão? Ainda mais se, numa campanha política, a principal candidata já assinou um pacto para legalizar o aborto no Brasil, o que AGRIDE FRONTALMENTE à moral cristã.

2)O por ele tão festejado “Programa Fome Zero” foi há muito deixado de lado pelo Governo Federal. Sempre foi alvo de fortes críticas, principalmente depois que, em 2005, o IBGE mostrou que a fome, no Brasil, é bem menor do que o PT sempre alardeou e que o país estava dentro dos padrões internacionais aceites. O mais é uma mera erupção de adoração sentimental pelo presidente, e essa pseudo-hagiografia nem merece maiores comentários.

3)Como já disse, não sei se o sujeito é católico, mas, aparentemente é cristão. Pois bem: como um cristão pode proclamar que os padres e pastores que se opõem ao PT são Anticristos e, desde já, condená-los ao inferno? Acaso não sabe que a ideologia que anima o PT é radicalmente anticristã? Por sua lógica torta, a Igreja Católica, bem como várias igrejas protestantes são igrejas do Anticristo e a oposição (infalível) católica ao aborto e ao socialismo estão erradas e são anticristãs. Cristão mesmo, esse é o Lula.

Chega. É tolice demais por hoje. Ao missivista, muitas orações.

Mario Vargas Llosa, Nobel de Literatura 2010



'Espero sobreviver ao Nobel', diz Mario Vargas Llosa em Nova York

O escritor peruano Mario Vargas Llosa, 74 anos, declarou nesta quinta-feira (7) que ainda não acredita que recebeu o prêmio Nobel de literatura e que espera sobreviver à toda agitação que representa essa distinção literária.

"Espero sobreviver ao Nobel", disse, em coletiva de imprensa no Instituto Cervantes de Nova York, em sua primeira aparição em público depois da divulgação da notícia


Soube que Mario Vargas Llosa foi galardoado com o Prêmio Nobel hoje pela tarde, na faculdade, pelo comentário de um professor. Fiquei surpreso. Conheço um pouco da obra do peruano e, de facto, ele esceve muito bem. Coincidência ou não, planejava ler por esses dias o seu La Ciudad y los Perros. É o segundo latino-americano a receber a comenda. Vou acompanhar a coisa toda. Espero que o Nobel da Paz, por sua vez, não decepcione mais uma vez.

sábado, 2 de outubro de 2010

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Às vezes não é fácil mesmo estar em Coimbra. A pressão pelos estudos (ainda mais quando se tem a perspectiva de os terminar em, no máximo, um ano), os afazeres domésticos do dia-a-dia (que aqui parecem consumir mais tempo do que em Fortaleza), diversos cuidados e pequenas concernências podem pesar como uma capa de chumbo sobre nós. Hoje foi um dia assim para mim.

Isso dá-se sobretudo no que diz respeito aos pensamentos: penso na aborrecidíssima tarefa de resolver pendengas documentais (é impressionante a burocracia e a complicação destas coisas por cá!), na dificuldade das provas, no tempo exíguo para cuidar dos afazeres, na adminitração das finanças pessoais, no futuro, no passado, nos que ficaram no Brasil, nos que por cá estão, nos meus projectos intelectuais,nos meus deveres para com Deus…

É duro isso, e às vezes desanima. É quando percebo a necessidade imperiosa de harmonizar os diversos aspectos da minha vida, bem como a importância de colocar Deus no centro dela. Sim, pois dou voltas e voltas até perceber que estou em Suas mãos e nada acontece em minha vida que não seja permitido por Ele. Ele é o único com quem posso sempre contar e de quem dependo absolutamente, pois porque sem mim nada podeis fazer (Jo 15:5).

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Em Coimbra novamente

Voltei há 9 dias à Coimbra. Vim para resolver de vez minha vida académica; se termino já e começo o mestrado, se termino no fim desse ano académico ao mesmo tempo que começo o 2º Ciclo ou se ainda ficarei 2 anos por aqui, sendo o 2º ano o Mestrado. Até cogitei em largar tudo aqui, mas deixa para lá essa doidice.

A maior surpresa que tive por aqui foi justamente ter, de facto, sentido poucas saudades da cidade quando cá cheguei. Pensei que teria uma grande emoção ao revisitar minha Coimbra amada. Entretanto, o que tive foi uma espécie de serenidade, como se Coimbra estivesse ao lado de Fortaleza e eu não estivesse longe da tricana urbe por mais de 1 ano. Estranho, mas foi o que senti.

Notei algumas mudanças na cidade. A escadaria do Arco da Almedina desapareceu. Em seu ligar está uma rampa. Parte das pedras rústicas daquele espaço foi substituída por um piso de pedras polidas, não sei bem como descrever (sou totalmente leigo em engenharia). As obras de recuperação da Torre da Universidade terminaram, e a mesma está como que um marfim. A Alcáçova, de forma geral, está em muito bom estado. Entretanto, deve-se dizer que parte da Alta está mais suja devido aos grafites, principalmente os feitos pelos moradores das Repúblicas, o que só colabora para degradar ainda mais essa valiosa área de Coimbra. Além disso, o entorno da Sé Velha está meio perigoso à noite. Houve mesmo, há uns dias, uma tentativa de assalto à residência paroquial, segundo me informou o monsenhor João Evangelista Jorge, paroco da Sé Velha e meu grande amigo.

Depois narro mais esse retorno à Coimbra. Ainda faltam mais coisas interessantes para relatar. Até a próxima crônica.

domingo, 5 de setembro de 2010

Coimbra, aqui me tens de regresso!

Pois é, finalmente chegou a hora. Adiei o quanto pude, mas desde o princípio sabia que esse dia tinha de chegar, mais cedo ou mais tarde. Depois de 378 dias longe de Coimbra, é hora de voltar para a cidade dos doutores e dos estudantes de Portugal. Preciso resolver uns assuntos acadêmicos importantíssimos por lá. Deixo por aqui a família, os amigos e minha namorada muito amada, para reencontrar uma cidade que amo muito, mas que, por ora, me trará mais tribulações, cansaço, aborrecimentos e despesas. É a vida. Que fazer?

Mas no fim de novembro cá me encontro de novo. É rapidinho - três meses passam rápido - e já já estou cá novamente.

Até a volta, Fortaleza amada!

sábado, 4 de setembro de 2010

Mais um lançamento imperdível!



Mais um interessantísimo lançamento da É Realizações. Mais um interessantísimo livro traduzido pelo Pedro Sette-Câmara. Mais um livro a ser adquirido o quanto antes para a minha biblioteca.

Quem quiser encomendar, que comece.

Drogas e pseudocomparações

Sempre tive o Pedro Sette-Câmara na conta de um homem muito inteligente e um bom escritor. Por isso, quando li seu texto "Da legalização das drogas à união entre Igreja & Estado" tive um certo desapontamento. Nele, Pedro Sette-Câmara pretende refutar a ideia de alguns conservadores segundo a qual a legalização da drogas seria inconveniente, pois faria com que as FARC se tornassem um poder econômico muito maior do que é hoje, através da seguinte comparação:


Pela mesma lógica, vamos pensar na conveniência de defender a reunião entre a Igreja Católica e o Estado brasileiro. CNBB com poder de polícia? I rest my case.


Sinceramente, não vejo o menor sentido nessa comparação. Não vejo como a referida reunião traria benefícios à Santa Madre Igreja ou ao Estado Brasileiro. Nem a Igreja teria mais e melhores fiéis, nem o Estado se santificaria ou se fortaleceria em virtudes. O mais provável é que ambos se deformassem bastante. Nada a ver com o assunto que motivou o post.

Aviso desde já que não vejo nada de absolutamente benéfico em se legalizarem as drogas. Mas se Pedro Sette-Câmara pretende defender essa causa, vai precisar de argumentos melhores do que uma comparação deslocada e uma ironia sem sentido.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Mais duas de Lustosa da Costa

Hoje o petista ferrabrás sobralense veio com mais das suas. Vejam esses dois trechos:

Fingindo retirada

O presidente dos Estados Unidos anuncia o fim da guerra do Iraque porque vai deixar, em seu território, apenas 50 mil militares, afora o colossal exército de mercenários, contratados pelo governo desde os tempos de George Bush. Estes 50 mil ficarão no país apenas para proteger as conquistas das companhias petrolíferas americanas da ação dos patriotas que não as aceitam porque surgidas após a guerra contra Saddam Hussein, movida para saquear o país e seu povo. O presidente vai continuar no Afeganistão até sofrer derrota tão humilhante quanto a que suas tropas sofreram no Vietnã.


Ué, há 16 dias não era o mesmo jornalista quem dizia que os EUA não deixariam o Iraque? Que aconteceu? Isso para não dizer que faltou ao jornalista informar ao distindo público que o governo iraquiano, sobre a retirada americana, alegou que as tropas iraquianas não estavam suficientemente estruturadas para manter a ordem no país, o que mais tarde rectificou. Por isso, 50 mil militares ianques permenecerão naquele país, para treinar a polícia e o exército. Até Tariq Aziz, ex-vice premiê de Saddam Hussein, quer que os EUA permaneçam por lá.

Traidor malsucedido

Um renegado bem-sucedido ainda é tolerável. Fracassado é rejeitado urbe et orbe, por todo o mundo. Falo de Fernando Gabeira, que pegou armas contra ditadura no passado e hoje é o ídolo da direita fluminense.


O colunista bem que poderia citar que “direita fluminense” é essa que idolatra Gabeira. Já vi direitistas de várias partes do Brasil, Rio incluso, e nunca vi um que admirasse o exótico deputado do PV.

O verdadeiro Curriculum Vitae de Dilma Rousseff



Só para que ninguém se esqueça ou deixe de saber.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Leituras Virtuais 5

Razões para celebrar
João César das Neves comenta a história e as comemorações dos 100 anos da República Portuguesa.

Mais um crime do capitalismo
Olavo de Carvalho desmonta uma mentira de Pauo Henrique Amorim sobre a Colômbia.

Como em Pompéia
Diogo Mainardi fala da dependência de Dilma Rousseff em relação à Lula.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

A flechada democrata e o escudo schopenhaueriano

Está interessante a transcrição do debate entre os três principais candidatos à Vice-Presidência promovido pelo Estadão e transcrito no blog do Reinaldo Azevedo. Chamo a atenção para o seguinte:

Índio: Existe uma enorme diferença entre o mensalão do PT e o do DEM. No Democratas, o (José Roberto)Arruda foi expulso, quem assumiu no lugar dele também e o seguinte também. Foram três expulsos. Diferentemente do PT, onde o José Dirceu está operando para eleger a Dilma. E ainda tem discussões sobre quem ocupa qual ministério, Dirceu de um lado, Palocci do outro. Não é esse tipo de governo que o Brasil precisa. O mensalão se transformou em distribuição de cargos. Não podem mais distribuir dinheiro, mas passaram a distribuir poder.

Temer: É preciso invocar a história brasileira. O Brasil Colônia tinha a história do santo do pau oco, porque se escondia o ouro dentro do santo para que não se entregasse o que era devido a Portugal, o que era irregular. Com isso, quero dizer que a corrupção era uma coisa endêmica no País. Avançamos muito. Nos casos de mensalão, houve uma apuração, e essa gente está sendo processada. É fruto da evolução dos costumes nacionais. Na Câmara dos Deputados, estabelecemos a transparência absoluta. Não há despesa de deputado que não vá para a internet. Quem encontrar falha imediatamente denuncia.


Ora, Índio da Costa refere-se a um caso concreto de corrupção (talvez o mais amplo da História brasileira) e da postura governista ante a situação e o vice de Dilma acha que a questão pode ser resolvida mediante a invocação geral da longa tradição da corrupção política no país. Ora, não está aqui em questão se o Brasil tem uma corrupção endêmica desde a época colonial, mas sim o mensalão e as consequências práticas em relação aos envolvidos. Michel Temer, vê-se, faz aí o uso do estratagema erístico nº 19 de Schopenhauer, isto é, a fuga do específico para o geral, para tentar limpar a culpa do governo do qual faz parte.

Fiquem de olho.

Heroína da democracia?



Lustosa da Costa, again:

Vamos ver quando a chapa de Cid Gomes, no Ceará, entra toda em sintonia com o favoritismo de Dilma Rousseff contra quem as publicações, que ganharam muito dinheiro com a ditadura, publicam matérias, baseados em órgãos de informação e de tortura a presos políticos. Quando relembram que, jovem aos 22 anos, teve coragem de arriscar a vida pela democracia, longe estão de desmerecê-la. Mostram seu heroísmo que é marca de sua biografia.

Qual heroísmo? O petista ferrabrás sobralense falta com a verdade quando diz que Dilma, “jovem aos 22 anos, teve coragem de arriscar a vida pela democracia”. Dilam Rousseff era membro da guerrilha comunista que então assolava o Brasil. Dilma nunca lutou pela democracia, nunca pensou em transformar o Brasil dos generais numa Suíça, num Reino Unido ou nos EUA. A “democracia” pela qual lutou é o totalitarismo genocida então vigente na URSS, Romênia, Albânia e que ainda vigora, infelizmente, na Coréia do Norte e em Cuba. Aliás, cumpre notar que a ilha de Fidel Castro era a grande inspiração dela e de seus comparsas, e que até hoje exerce fascínio sobre a candidata petista e seus correligionários. Não venha dizer, Sr. Lustosa da Costa, que não sabe disso.

Até quando esses esquerdistas vão falsificar a História para tentar fazer valer sua política?

Escândalo do mensalão

Num ano de campanha eleitoral à Presidência da República não dá para se esquecer do escândalo do mensalão,cujo esquecimento, urdido por Lula e seus asseclas (incluindo aí os do PSDB), é grande responsável pela actual consolidação das forças governistas. Por isso, deixo aqui o link para o livro O Chefe, de Ivo Patarra.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Instituto Olavo de Carvalho


Acabo de saber pela página de Olavo de Carvalho e o blog Vertebral, de Fernando Moraes, que o Instituto Olavo de Carvalho não é apenas mais um site sobre cultura e filosofia na internet, mas que existe no mundo real e é operante. Ainda é deveras pequeno, mas sua proposta é bastante interessante, como um centro de estudos humanístocos variados, lecionando música, inglês, alemão, italiano, entre outras coisas. Ficarei atento às suas actividades.

PT e Índio da Costa

PT quer processar Indio da Costa por declarações

Vice de Serra disse que partido é ligado às Farc e ao narcotráfico

A cúpula do PT se reúne amanhã para avaliar a possibilidade de processar o candidato a vice-presidente na chapa de José Serra (PSDB), Indio da Costa (DEM). Em entrevista concedida ao portal que integra a campanha tucana, ele ligou o PT às Forças Revolucionárias Armadas da Colômbia (Farc), ao narcotráfico e chamou a candidata do PT, Dilma Rousseff, de ateia e "esfinge do pau oco".

"Todo mundo sabe que o PT é ligado às Farc, ligado ao narcotráfico, ligado ao que há de pior. Não tenho dúvida nenhuma disso", afirmou. Depois, respondendo a uma provocação feita por Dilma em comício no Rio de Janeiro – ela disse que seu vice, Michel Temer (PMDB), não foi improvisado -, Indio chamou a candidata petista de ateia e "esfinge do pau oco".

Pela internet, o presidente do PT, José Eduardo Dutra, reagiu às declarações de Indio da Costa. "Esse Indio desqualificado quer ser processado. O problema é que ele não vale o custo do papel necessário para a petição", afirmou Dutra.



Olha, como a maioria dos brasileiros, tomei conhecimento de Indio da Costa quando o mesmo se lançou como vice de José Serra. Portanto, não sei se ele vale o papel dos autos processuais que os petistas querem acionar contra ele. Mas tendo a achar que ele vale muito mais sim, e talvez tenha valor para a política nacional, dadas estas suas declarações.

As ligações do PT com as FARC já foram objecto de várias reportagens da revista Veja e de inúmeros artigos de Olavo de Carvalho, de Heitor de Paola e do jornal eletrônico Mídia Sem Máscara. Por que, então, a mídia não investiga a história a fundo? Porque a grande imprensa, notadamente a Rede Globo, investiga com tanto rigor desvios de verbas para cursos fraudulentos feitos por vereadores do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, ao mesmo tempo em que se desinteressa por casos muito mais amplos e mais graves como o Foro de São Paulo e as relações PT-FARC?

Algo de podre na mídia tupiniquim…

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Lustosa da Costa

Leio o Diário do Nordeste todos os dias e, honestamente, não consigo gostar do que o jornalista Lustosa da Costa escreve. Julgo-o demasiado superficial, além de ser um defensor ferrenho de Lula e cia. (eca!). O cronista pode até ter algum talento ao falar sobre miudezas sobralenses, mas isso não o qualifica a opinar mais do que sobre isso mesmo: miudezas sobralenses. Seguem trechos de um de seus infelizes artigos:

Guerra é necessária

as grandes potências querem a guerra para expandir seus domínios, para conquistar fontes de riqueza e para fazer seus negócios. Tem sido assim desde a antiguidade, passando por Hitler, até os dois Bushs. Vai continuar a sê-lo com Barack Obama, este negro de alma branca. Hoje, as maiores nações e, em especial, a superpotência decadente dos Estados Unidos amam a guerra sobre todas as coisas.


1)“as grandes potências querem a guerra para expandir seus domínios, para conquistar fontes de riqueza e para fazer seus negócios”. Mas como isso é possível, se uma guerra é, do ponto de vista comercial, um fator altamente problemático e que pode mesmo inviabilizar o comércio? Será que o jornalista ainda vive no século XIX, onde se faziam guerras de conquistas e se colonizavam territórios?

2)Ademais basicamente os EUA foram a única grande potência que se tem metido em guerras nos últimos anos. Ou será que Lustosa da Costa já se esqueceu da forte oposição da maioria das nações européias à empreitada militar americana no Iraque?

3)“Vai continuar a sê-lo com Barack Obama, este negro de alma branca”. O que raios isso quer dizer? Que a alma tem cor e raça? Que se Obama tivesse “alma negra” 8seja lá o que isso for) seria um presidente melhor? Acaso Lustosa da Costa - o branco Lustosa da Costa- crê que os brancos são jingoístas incorrigíveis e os negros, os grandes pacifistas?

4)“Hoje, as maiores nações e, em especial, a superpotência decadente dos Estados Unidos amam a guerra sobre todas as coisas”. Ué, então por que a maioria das nações não está em guerra?

5)Faltou, claro, o jornalista explicar porque os EUA seriam uma “superpotência decadente”.

Iraque

Eles a fizeram para tomar o petróleo do Iraque sob a alegação de que queriam implantar, ali, a democracia. Descobriram riquezas naturais no Afeganistão e estão delas querendo se apoderar. Em guerra ou paz com os talibãs. Também estimulam a guerra para vender seus produtos aos dois contendores. Por isso, encorajam conflitos da Colômbia com a Venezuela. Sempre falando em democracia.


1)Pelo visto, o colunista ignora os postulados ideológicos do movimento neoconservador, que muito influenciou a Administração Bush. Essa corrente política, que atualmente constitui um segmento importante do Partido Republicano, acredita que os EUA têm algo como uma “missão salvadora” para o resto da humanidade: a revolução democrática internacional. Crêem que é vital para os EUA que o mundo se torne um mundo de governos democráticos, e que a democracia americana é exportável a todos os povos. É um tema deveras interessante e que não pode ser abordado por nenhum Lustosa da Costa da vida – está acima de sua capacidade. Para quem quiser entender um pouco mais sobre o projecto neoconservador (movimento de raízes trotskistas, diga-se de passagem), é bom conferir um de seus principais sites, o Project for the New American Century.

2) Se os americanos querem “se apoderar” do Afeganistão, por que têm planos de retirada total do país, planos esses já bastante endossados por Obama?

3) De onde ele tirou que o conflito entre Colômbia e Venezuela é de origem ianque? Provavelmente de sua idéia fixa esquerdista que vê os EUA como uma espécie de demiurgo que guia os acontecimentos internacionais – sempre para o mal, isto é, para seus próprios interesses, é claro. Será que ele ignora que os governos desses 2 países representam projectos totalmente opostos e inconciliáveis?


Só mercenários

o governo de Barack Obama anuncia o fim da ação militar no Iraque mas seu Exército lá permanece, tanto o oficial quanto os milhões de mercenários regiamente pagos para matar árabes e afegãos. Não pensem que os Estados Unidos vão deixar de fazer a guerra. O establishment precisa dela para dinamizar a economia. Eles pensam em invadir o Irã, país rico e civilizado. Se vão incendiar o Oriente Médio, hão de verificar que a ocupação do Irã não será um piquenique como a do Iraque. Os americanos, que não têm tradição, querem destruir o rastro das primeiras civilizações do mundo.



1) Ele por acaso pensa o quê? Que se pode tirar todo o contingente americano de lá sem problemas para ninguém, inclusive para a população local? Acha ele por acaso que a ordem se ia instalar ali espontaneamente? O que aconteceria, isso sim, seria a anomia, a desordem e a reorganização dos insurgentes. Pensar o contrário é ter uma visão muito romântica e simplista do que se passa ali.

2) Sem a guerra e o nation building ianques (que os libertários costumam chamar de socialismo) os EUA não teriam gasto uma fortuna gigantesca que já passa dos 700 bilhões de dólares e poderiam investir esse capital no próprio país. A intervenção no Iraque, aliás, já foi apontada como uma das causas pelas quais a economia americana não vai melhor.

3)Irã, rico e civilizado??? Um país com uma das economias menos livres do mundo, cuja mesma economia foi coniderada pela ONU como semidesenvolvida, no qual os direitos de propriedade são muito mal guarnecidos, com uma corrupção altíssima, os investimentos externos são hostilizados, a inflação passa dos 9%, com um PIB per capita abaixo do do México, Panamá e Turquia, e onde os direitos fundamentais dos cidadãos praticamente inexistem na prática pode mesmo ser considerado rico e civilizado?

Isso é só uma amostra das infelicidades que este jornalista escreve. Oxalá se corrija, e pare de publicar tantos erros tão grosseiros.

Leituras Virtuais 4

A verdade é politicamente incorreta
O Pe. Francisco Faus fala sobre divórcio, seus efeitos nos filhos e felicidade familiar.

Portugal Moderno
Uma divertida sátira de Miguel de Sousa Tavares à modernização de Portugal.

A filosofia não existe para valorizar coisas
Pedro Sette-Câmara trata da finalidade da filosofia.

A política e seus dilemas

De um lado, creio que as pessoas devem ser livres para fazer o que quiserem sem ser imediatamente reprimidas, desde que não pratiquem violência física contra outros (se há outros tipos de violência, devem ser reprimidos após um processo judicial, não no ato). De outro lado, vejo que a autonomia do eu é uma das quimeras mais imbecis (sobretudo no caso daqueles que se preocupam em celebrar essa suposta autonomia), e que remover tabus equivale a abrir a caixa de Pandora.

O texto de Pedro Sette-Câmara do passado domingo, Os dilemas políticos, foi para mim uma grata surpresa. Isto ocorreu-me por se tratar da colocação genuína de problemas políticos ao nível de uma reflexão séria, e não apenas como reforço e apologia de posições previamente adoptadas.

Não concebo como alguém que se interesse mais a fundo pela política (isto é, que não considere como política apenas o que sai publicado na mídia) não tenha dilemas congêneres aos de Pedro Sette-Câmara. Para essas pessoas, pensar o político não tem nada a ver com ter para já respostas prontas e simples capazes de atender às complexidades dos temas políticos. É inevitável se defrontarem com tensões, contradições e dificuldades, como, por exemplo a tensão entre liberdade e autoridade; a legitimação do poder; as relações entre democracia e liberdade; a melhor forma de governo e o melhor regime; relações entre política e direito; a tensão entre o ser e o dever ser; etc.

Já passei por estas tensões. Não as eliminei e nem creio que o farei, em definitivo, algum dia. Já tive uma postura mais militante, já fui simpatizante do integralismo (por um breve período, há quase 10 anos atrás), ao mesmo tempo em que flertava com o conservadorismo e o liberalismo; adepto do anarco-capitalismo/libertarianismo tempos depois (minha última utopia, poderia talvez dizer, também passageira). Actualmente, creio estar mais estabilizado num conservadorismo com tempero liberal. Isso, porém, não me fecha à reflexão e investigação sobre a política. Defendo minhas ideias, mas não com a rigidez com que fazia há alguns anos, pois estou ciente que ainda teho muito o que aprender sobre política, e tenho ainda muitas questões não respondidas, como as seguintes:

1-Qual é exatamente a natureza do poder?
2-Quais as relações entre Política e Direito?
3-Existe alguma forma de governo superior em si? Se sim, qual é ela?
4- Existe algum sistema de governo superior em si? Se sim, qual é ele?
5-Quais os sistema e forma de governo ideais para o Brasil?
6-O federalismo é de facto viável no Brasil? Nosso país manter-se-ia numa estrutura mais descentralizada?
7-Como evitar que democracia degenere em demagogia e regime de massas?

Há muito mais questões por responder, que poderiam ser aqui expostas de modo mais ordenado mas, por ora, ficam apenas estas, a título de exemplos. Isso tudo merece ser tratado com mais propriedade e pormenor noutra altura.
É muito bom que o Pedro Sette-Câmara tenha consciência da importãncia destas questões, e queira realmente refletir sobre elas. Irá aperfeiçoar-se intelectualmente, certamente. Mas, á guisa de conclusão, creio poder fechar com ele quando diz, no último parágrafo do texto,

De um lado, vejo que é difícil não pensar nesses dilemas. De outro, intuo que é fútil pensar neles. Se há uma vida eterna, só nos resta tentar ser bons e fazer o possível para não sujar muito as mãos de sangue.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Libertários de todo o Brasil, amadurecei-vos!

Às vezes tenho surpresas deveras agradáveis na internet.

Há mais de 3 anos, parei de acompnhar os artigos de Rodrigo Constantino, por ocasião da famosa (pelo menos para internautas e orkutianos interessados nessas pessoas) polêmica deste com Olavo de Carvalho, no início de 2007. Pela altura eu lia Prisioneiros da Liberdade, o primeiro livro de Constantino e o achei bastante fraco, abaixo das minhas expectativas. Foi aí que o excluí do meu rol de leituras virtuais confiáveis, exclusão essa que só se reforçou em outros debates bastante desagradáveis que tive com ele depois.

Pois bem, eis que, ontem, como que por acaso, calhou de eu me deparar com seu artigo Brincadeira de criança ou partido de verdade? . E qual não foi minha surpresa ao constatar que o artigo está ótimo! É um desabafo sobre os erros do incipiente movimento libertário brasileiro. Vamos a este fragmento:


O principal ponto de desilusão foi a postura de alguns membros. Não pude evitar a conclusão de que, para estes, o projeto não passa muito de um grito de revolta, de uma rebeldia juvenil, até mesmo de uma brincadeira de criança. Se o objetivo é criar um partido sério que poderá fazer alguma diferença num futuro próximo, então a postura dessas pessoas vai à contramão da meta almejada. O simplismo na defesa de certos pontos extremamente radicais é gritante, a arrogância com que temas complexos são tratados é assustadora, e a intolerância com discordâncias é dogmática.

O modus operandi deles funciona mais ou menos assim: se você não é um anarco-capitalista, então ou não leu os livros certos, ou não entendeu o que leu, ou então entendeu, mas odeia a liberdade. Em suma, ou você é ignorante ou desonesto e autoritário. E o mais espantoso de tudo é que tal postura se dá entre libertários! Basta discordar de uma vírgula, e você logo passa a ser um “socialista”. Fica a nítida impressão de que essas pessoas, na maioria dos casos jovens demais, querem apenas embarcar numa cruzada moral, onde se colocam como os únicos defensores verdadeiros da liberdade. Não há respeito genuíno por aqueles que conhecem os principais argumentos, mas discordam de alguns deles. Esta postura é típica de seitas fechadas e fanáticas.



Aí ele faz uma referência ao que viu no Liber, um partido (ou antipartido, whatever) libertário fundado recentemente, e que se anuncia como a promessa política do libertarianismo brasileiro. Eu não vi os debates que Constantino, nem acompanho esse pessoal para poder dizer que o que Constantino diz é verídico, mas confio em seu depoimento por já ter presenciado factos bastante semelhantes entre libertários. Para resumir a conversa (que poderia consumir ainda muito espaço), muitos libertários fazem uma concepção totalmente abstracta da liberdade, da política e da economia e, em seguida, não admitem que a realidade não possa ser exatamente assim. Não aceitam menos do que suas utopias, bem como mostram bem pouco interesse em saber como as coisas funcionam ou funcionariam na realidade. Falta-lhes senso prático. E quando ouvem objecções, já chamam o interlocutor de "socialista", "autoritário", "inimigo da liberdade" - como se a liberdade tivesse nascido com eles ou fosse impossível sem eles.


Apenas a titulo de ilustração, alguns exemplos merecem ser destacados, para mostrar até onde pode ir a “tirania da visão” quando falta o mínimo de bom senso. Se há estado, então há escravidão. A liberdade significa ausência de estado. Logo, os suíços são apenas escravos, e os somalis vivem livremente, pois o estado foi abolido. Se o governo americano tem bombas atômicas, então por que a teocracia iraniana não pode ter também? O PT e o PSDB são ambos socialistas, logo, não há diferença alguma entre ambos, e não passa de “paranóia de direita” falar em golpismo autoritário dos petistas. O estado é ilegítimo, logo, atacar um policial que tenta evitar que você ande armado nas ruas é legítima defesa. Toda troca voluntária deve ser aplaudida (não apenas tolerada), logo, o vendedor de crack é praticamente um herói. Tudo que vem do estado é fruto do roubo, logo, o calote da dívida pública seria uma medida louvável. E o grau de bizarrices só aumenta.

Constantino ilustrou bem o grau de alienação da realidade de vários libertários patrícios. Posso afirmar que já vi as tais bizarrices citadas, e por isso dou fé deste depoimento. Cabe registrar que o prórpio Constantino já foi autor de bizarrices semelhantes noutras ocasiões. Estaria o economista a ser contraditório? Talvez, mas aposto antes que ele esteja melhorando. Que assim seja!

Que os libertários brasileiros leiam e meditem sobre este artigo. Será uma ótima oportunidade para amadurecerem e se corrigirem. Se o fizerem, só terão a ganhar.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Há 10 dias comentei que completava-se 1 ano de minha estadia no Brasil. Tenho reflectido um pouco sobre isso. Eu desembarquei mais com o propósito de emendar certas coisas em minha vida do que encontrar novidades. E o que se passou?

Aconteceu que houve mais novidades do que imaginei: algumas pessoas cuja distância me incomodava hoje continuam, de certa forma, distantes, mas isso já pouco me afeta. Não esperava fazer amizades, mesmo pequenas amizades, e fiz algumas bem grandes; encontrei mais perto de mim pessoas com interesses e objectivos semelhantes aos meus (e olha que eu achava que isso só existia longe daqui); redefini objectivos de vida; descobri uma UFC mais interessante e melhor do que eu imaginava; comecei a participar de encontros religiosos que só irão acrescentar na minha vida; além de ter convivido mais e melhor com minha família e ter conhecido uma mulher fantástica, mas sobre a qual não vou falar agora. É, isso mesmo: como o Mano Menezes, eu não minto, mas algumas coisas eu omito.

E o que vim emendar? Bom, já resolvi em parte o que tinha por resolver. O resto só pode ser feito no futuro e, com a graça de Deus, tudo correrá bem. Nos braços Dele entrego meu destino.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Book Review: "O Senhor Ventura", de Miguel Torga



Terminei hoje de reler O Senhor Ventura, excelente novela do escritor português Miguel Torga. E por gostar tanto do livro é que quero fazer aqui uma resenha sobre o mesmo.

Miguel Torga usa frequentemente em suas obras as imagens de um Portugal rural, onde a faina diária dos homens para a subsistência está presente e compõe um dos elementos essenciais da narrativa. Os diversos elementos agrários – a semente, a terra, a colheita, o pão, a água, o trabalho- são, em sua prosa, imagens radiantes de vida que, escritos num estilo lírico e contido (Torga é um mestre em resumir numa frase o que outros escritores levariam várias delas para dizer o que querem) fazem o que talvez seja uma das obras mais interessantes da literatura portuguesa do século XX.

E tais características estão presentes também em O Senhor Ventura, apesar de aqui a acção se passar, quase toda ela, fora de Portugal. O livro traz-nos a biografia de um alentejano de Penedono, desde cedo acostumado a dura luta pela sobrevivência nos campos do Sr. Gaudêncio, guardando o gado. Aos 20 anos de idade, é mandado pela família à Lisboa, para o serviço militar.

Na tropa, o moço forte e entroncado do Alentejo conquista o respeito de seus pares, e acaba por ser destacado para servir na colónia portuguesa de Macau. Lá conhece Júlia, a filha do secretário do Governador, com quem começa a ter um caso. O pai da moça não gosta da situação e vai reclamar ao comandante do regimento para que impeça o soldado de encontrar Júlia furtuvamente à noite. Mas de nada adianta, já que Ventura consegue fugir do quartel para se encontrar com a moça, mas apenas para dizer “não sou forma para eu pé”. E a deixa.

É o início de uma vida de aventuras pela China adentro, onde ganha a vida, ora com um amigo cozinheiro (que acaba por morrer de uma forte febre), ora prestando serviços nem sempre lícitos, como operário de fábrica; condutor de uma caravana para fazer uma entrega de caminhões no Deserto de Gobi, região deveras árida e perigosa, no meio de um conflito armado; biscates; máquinas automáticas de jogo; e, por fim, produção e tráfico de heroína. Este último negócio foi de todos o que lhe correu pior: logo foi apanhado pela polícia, preso mas, por ser estrangeiro e devido à intervenção do cônsul português, escapou à prisão e a uma possível condenação à morte na China. É, no entanto, obrigado a repatriar-se. E deste desfecho deixa para trás seus bens, seu filho e pequeno e Tatiana, uma russa com quem se casara num ímpeto irrefectido e com quem vivia um relacionamento bastante conturbado.

De volta ao seu Alentejo natal, o senhor Ventura luta para arrecadar uma fortuna considerável numa herdade que arrenda de seu antigo patrão, Gaudêncio. São 5 anos de uma peleja duríssima contra um solo e um clima hostis aos seus projectos, pugna essa entrecortada pelo desejo de rever o filho e a esposas que pela terra de Confúcio ficaram. As lembranças amargas de Tatiana vão-se, com o tempo, desvanecendo, embora a russa muito pouco lhe escreva e, quando o faz, faz de forma lacónica.

Ao cabo dos 5 anos, o senhor Ventura prepara-se para voltar à China quando recebe uma carta dizendo que Sergio, seu filho, está em Lisboa com o senhor Francisco Gomes um antigo amanuense da legação portuguesa naquele país que voltava a sua terra para reformar-se e que era conhecido do senhor Ventura havia anos.

Ao buscar o filho na casa do antigo conhecido, o senhor Ventura fica a saber que depois de ter partido para Portugal, Tatiana envolveu-se com outros homens e vivia de gastar a fortuna que Ventura a muito custo acumulou. Agora seu paradeiro era ignorado por seus antigos conhecidos mas, quando a guerra na China se mostrava mais iminente, buscou a legação para saber como enviar logo seu filho a Portugal.

Com isto, o senhor Ventura deixa o pequeno Sergio no Colégio de Santo António, na capital portuguesa, para que fosse instruído na língua de Camões e por lá habitasse enquanto o pai percorria a China atrás da esposa adúltera, motivado por um misto de ódio, amor e desejo de ver e ouvir por si próprio o que ela tinha a dizer sobre o que se passara.

Foi em vão sua nova epopéia chinesa. Serviu-lhe apenas para passar por dificuldades financeiras, fome, cansaço e decepção. Para piorar, caíra hospitalizado devido a um cancro que tinha há tempos. Só aí pôde ver Tatiana, já no leito hospitalar. E assim morreu.

Enquanto isso, em Lisboa, Sergio teve de abandonar o Colégio de Santo António por falta de pagamento. Gaudêncio apieda-se do menino e o leva para ser pastor de suas ovelhas em sua herdade no Alentejo. E aí, claramente, inicia-se um novo ciclo quando o antigo se fecha: o filho inicia-se na antiga profissão do pai, quando este falece no Celeste Império.

A figura do protagonista é o triunfo da vontade, da sede de aventuras de um português deslocado da época em que nasceu, mas que estava em grande sintonia com o Portugal dos Descobrimentos, aquele que era inquieto e ansioso por descobrir novas terras e povos, que agora parecia capaz apenas de olhar-se a si mesmo e tristemente resignar-se com a pequenez a que se reduzira (e que, nos dias que correm, não parece aspirar a ser mais do que uma boa província da União Europeia no possível futuro Estados Unidos da Europa). É uma história de aventura, picardia, luta, paixão, mas também de ternura e humanidade.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Meu texto recente sobre Olavo de Carvalho foi publicado no Mídia sem Máscara. Fiquei muito feliz com isso. O MSM é um site informativo de grande credibilidade, o melhor jornal eletrônico do Brasil. Merece visitas frequentes.
Mais uma vez, obrigado pela publicação, Edson!

terça-feira, 27 de julho de 2010

Olavo de Carvalho, 10 anos



Quem me acompanha já notou a influência que o filósofo Olavo de Carvalho tem sobre mim. Confirmo esta impressão: muito do que sei hoje aprendi com ele. Ele é uma das minhas grandes inspirações na vida intelectual.

Ontem lembrei-me que já o acompanho há 10 anos. 10 anos! Uma década já se passou, e para mim foi como se tudo começasse num dia desses. Uma década de aprendizado e de transformação intelectual, majoritariamente positiva. Antevejo que mais uma década de "olavismo" ainda virá para mim. E talvez outra, e outra...

Não vou mais me alongar sobre o assunto. O que cabe dizer agora eu já disse, há quase 1 ano atrás, no penúltimo texto do antigo blog, que republico aqui, já que nada há que acrescentar:


Sobre Olavo de Carvalho

Li o primeiro texto de Olavo de Carvalho em Março ou Abril de 1999. Na altura eu tinha 16 anos, cria-me cultíssimo e, embora fosse mezzo direitista, por meus conhecimenos de humanidades e principalmente por minha formação familiar, na prática era influenciado por várias teses esquerdistas que me eram impingidas por meus professores de colégio (como a de que o nazi-fascismo era uma corrente de direita, a de que a ditadura militar brasileira foi de uma violência comparável à da ditadura hitlerista, a de que a violência nas cidades e nos campos é causada pela pobreza, a de que a Inquisição foi uma das maiores monstruosidades que já existiram, a de que a Igreja Católica estava repleta de "podres" ao longo da sua história, a de que Mao Tsé-Tung foi, afinal de contas, responsável por um grande desenvolvimento na China; a de que o PSDB é um partido de direita, tal como o PMDB e o antigo PFL; etc).

Era um texto sobre a Revolução de 31 de Março de 1964, que encerrava uma homenagem feitapelo Clube Militar aos 35 anos da Redentora. O folheto fora-me dado por meu pai, que o recebera de um amigo coronel da reserva do Exercito, e narrava o episódio do ponto de vista militar. Era a primeira vez que eu lia algo como aquilo, e esta leitura chacoalhou profundamente minha visão sobre o regime militar brasileiro. O texto de Olavo de Carvalho encerrava o encarte e também me marcou, não só por elogiar certos aspectos do regime mas também por afirmar que, no Brasil, não existe uma direita politicamente organizada. O artigo não o identificava, por isso pensei tratar-se de um coronel ou algo assim.

No ano seguinte, ao revirar umas edições passadas da revista Época, defrontei-me com o artigo Longe de Berlim, fora do Mundo e o nome do autor logo atiçou minha memória. Surpreendi-me ao vê-lo chamado filósofo. Era a primeira vez que via um brasileiro das humanidades com tais posturas antiesqurdistas. Começei a acompanhá-lo com mais regularidade até que, no dia 24 de Julho de 2000, lendo uma reportgem sobre o comunismo numa edição da citada revista, leio logo a seguir A velha alucinação. Foi tiro e queda: bastante ácido, inteligente e honesto, este artigo do filósofo é um golpe pesado contra o comunismo e impressionou-me deveras. Foi um poderoso contra-ataque ao que eu aprendia na escola. Foi a partir daí que passei a acompanhá-lo seriamente.

E lá estava eu, lendo seus artigos todas as semanas em Época. Meses depois, numa livraria, encontrei acidentalmente O Futuro do Pensamento Brasileiro. Estudos sobre o Nosso Lugar no Mundo. Comprei-o imediatamente e nele descobre que Olavo de Carvalho é muito mais do que um crítico do comunismo; é um autêntico intelectual, nas boas acepções do termo. Foi o primeiro de muitos: O Jardim das Aflições, O Imbecil Coletivo I, Aristóteles em Nova Perspectiva, e outros. Pouco depois descobri seu site na Internt e isso foi um deleite intelectual para mim. Não só em quantidade mas também em qualidade, tudo aquilo me impressionou positivamente. Era mesmo muita coisa boa o que ali havia e há.

Através de Olavo de Carvalho conheci outros sites interessantes como O Indivíduo, WND, MSM, Lew Rockwell ou o Seventh Seal. Foi ele quem me apresentouautores como Mário Ferreira dos Santos, Miguel Reale, Eric Voegelin, Ludwig von Mises, Roger Scruton, Ângelo Monteiro e Bruno Tolentino. Foi com Olavo que conheci bem temas como a paralaxe cognitiva, a dialética erística, a revolução gramsciana, a Religião Comparada, o Foro de São Paulo, o politicamente correto e o mundialismo. Digo, enfim, sem nenhum receio, que a minha vida intelectual (algo mais que aprendi com ele) deve imensamente ao trabalho de Olavo de Carvalho há uns 9 anos.

A filosofia de Olavo de Carvalho centra-se na defesa da consciência individual frente à tirania da colectividade, sobretudo quando baseada numa ideologia dita "científica". Segundo ele, a objetividade do conhecimento e a autonomia da consciência individual estão inseparavelmente ligados, ligação esta que é perdida quando o conhecimento só é considerado seguro quando é reduzido ao academicismo. Sustentando que a principal guarida da consciência individual contra a alienação e a coisificação se encontra nas antigas tradições religiosas, o filósofo de Campinas analisa os problemas da cultura atual à luz destas tradições.

Embora eu reconheça nele algumas faltas que se tornaram mais claras para mim nos últimos anos - brigas nem sempre necessárias, desrespeito a alguns importantes membros da Igreja, uso de uma linguagem nem sempre recomendável em seu programa True Outspeak, algum feitichismo intelectual que complica a vida, negativsmo em relação ao Brasil, etc - penso que o saldo final de sua obra é e será positivo, já que seu trabalho não está ainda concluído. Penso que, se houver uma renovação e mesmo um robustecimento da intelectualidade brasileira nas próximas décadas, essa renovação em muito deverá ao trabalho do filósofo Olavo de Carvalho.

Um relançamento




Via Pedro Sette-Câmara.

Para mim,Pedro Sette-Câmara tem um dos melhores blogs do Brasil, se não o melhor, e é uma grande promessa para o futuro da cultura letrada deste país. Atenção a ele.

Encontrei em Schopenhauer, em seu livro sobre a dialética erística, um parágrafo que tem tudo a ver com o que postei aqui no dia 22. Com a palavra, o filósofo de Gdansk:

O único contra-ataque seguro é, portanto, a que já Aristóteles indicava no último capítulo dos Tópicos: não entrar em controvérsia com qualquer um que chegue, mas só com aqueles que conhecemos e dos quais sabemos que têm inteligência suficiente para não propor coisas absurdas que levem ao ridículo, e que têm suficiente talento para discutir à base de razões e não com bravatas, para escutar e admitir tais fundamentos, e que, enfim apreciem a verdade, prestem com gosto o ouvido às razões, mesmo quando procedam da boca do adversário, e sejam o bastante equitativos para suportar que não se lhes dê razão, quando a verdade está do outro lado. Disto segue-se que, entre cem pessoas, há apenas uma com a qual valha a pena discutir.

(Como Vencer Um Debate Sem Ter Razão: Em 38 Estratagemas (Dialética Erística); intr. notas e comentários por Olavo de Carvalho; trad. de Daniela Caldas e Olavo de Carvalho. Rio de Janeiro, Topbooks, 1997).

domingo, 25 de julho de 2010

365 dias

Ontem, completaram-se 365 dias desde que cheguei em Fortaleza. Há quanto tempo eu não passava por um período tão longo no Brasil!

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Internet, discussões, o tempo e a obra

"Evita as longas discussões, sobretudo com pessoas dispersas, que juntam argumentos sobre argumentos, sem ordem e sem disciplina, misturando juízos apenas de gosto com algumas pseudo-idéias mal-formadas e mal-assimiladas. Evita essas discussões que não são em nada benéficas. Se não for possível conduzir o colóquio com alguém em boa ordem, segundo boa lógica, cuidadosa e organizada, é preferível que te cales. Sempre sê disciplinado no trabalho mental. Essa é a regra importante, e nunca ceder às vagabundagens do pensamento em conversas diluídas, dispersas, em que se fala de tudo e não se fala de nada.” Mário Ferreira dos Santos (1903-1968), filósofo brasileiro.

Já falei, num dos primeiros posts deste blog, como o tempo é uma preocupação constante minha. Cada vez mais me convenço de que ele é muito precioso e deve ser administrado com muita sabedoria e que os planos devem ser levados a termo com seriedade, se se tem como projecto de vida a santidade e a vida intelectual fecunda e responsável, como é o meu caso, e não um mero "vai levando" da existência terrestre.

Tomo as palavras de Mário Ferreira dos Santos como um mote para retornar ao tema no que diz respeito à internet e aos debates virtuais, tema este no qual tenho pensado muito ultimamente.

Devo dizer, à partida, que considero a internet uma fonte maravilhosa de conhecimento de de interacção com outras pessoas mais distantes com interesses comuns aos meus. Por meio dela conheci diversos sites bastante instrutivos, consegui excelentes livros e conheci ótimas pessoas, muitas das quais mantenho contacto tanto real, como virtual. Sem exagero, posso dizer que muito do que sei é devido à rede mundial de computadores.

Entretanto, o meio virtual é um ambiente bastante propício para pessoas de má-fé posarem como que sendo o que não são, desfilares seus egos, seu orgulho como conhecimento, sabedoria e cultura; para gente despreparada conduzir discussões intermináveis e de baixo nível; para os imaturos martelarem a rigidez de suas idéias rasas num ritmo incessante; para que agressoes verbais pululem às por todo lado. É uma faca de 2 gumes, e eu mesmo já me feri nessa faca algumas vezes.

Já me feri, mas também feri outros, quase sempre sem a menor necessidade. Não pense o leitor que já não cometi minhas faltas em discussões virtuais, agredindo quem de mim discordava ou falando em tom categórico e professoral assuntos sobre os quais eu tinha bem poucos subsídios sobre os quais me apoiar. Isso parece ser difícil de evitar, já que nesse tipo de colóquio os participantes tendem a se comportar como se estivessem interagindo apenas com uma máquina, como se por trás dela não estivesse um seu semelhante. Como se a única pessoa existente no caso fosse aquele quem fala,e os participantes de comunidades virtuais, meros programas informáticos. Não é difícil ver que, assim, pecar contra a caridade torna-se uma moeda corrente.

Além disso, vale falar que muitos dos debates "internéticos" são cultural e intelectualmente improdutivos. Não poucos usam da enorme liberdade da internet apenas para posar de doutos, quando não o são; para defenderem suas posições à ferro e fogo sem terem condições para tal; para "botar pra quebrar" para aparecerem, já que não se destacam como bons debatedores. Gente assim já derrubou muitos bons fóruns virtuais. É preciso selecionar muito bem as comunidades a participar e os interlocutores aos quais se dirigir para qe se percebam bons frutos.

Falo isso mais focado no famoso Orkut, mas vale basicamente para todos os ambientes virtuais onde as pessoas possam se reuinir para falar sobre algo. Pois bem: vendo que isso pode ser bastante prejudicial à alma (estímulo à vaidade, à maledicência, à mentira) e ao intelecto (perda de tempo com discussões inúteis, diminuição do tempo de estudo), estou cada vez menos interessado nesse gênero de debates. Participo cada vez menos e seleciono cada vez mais os interlocutores e os fóruns. Não pode ser de outra forma, se se quer honrar a alma, a vida intelectual e os diversos afazeres da vida cotidiana.

Olavo de Carvalho já denunciava esse vício de debater dos brasileiros. Segundo ele, nossos patrícios têm fascínios por debates, ao mesmo tempo que têm bem menos interesse em conhecer e estudar. Pois bem: para mim, a tensão entre debates virtuais e o crescimento espiritual e intelectual chegou a um ponto crítico. É preciso deixar essas discussões um tanto de lado em nome deste crescimento que vos falo. O reino da doxa deve ceder ante o reino da sophia. Não pode ser de outra forma. Que assim seja e que Deus me ajude.