terça-feira, 27 de julho de 2010


Encontrei em Schopenhauer, em seu livro sobre a dialética erística, um parágrafo que tem tudo a ver com o que postei aqui no dia 22. Com a palavra, o filósofo de Gdansk:

O único contra-ataque seguro é, portanto, a que já Aristóteles indicava no último capítulo dos Tópicos: não entrar em controvérsia com qualquer um que chegue, mas só com aqueles que conhecemos e dos quais sabemos que têm inteligência suficiente para não propor coisas absurdas que levem ao ridículo, e que têm suficiente talento para discutir à base de razões e não com bravatas, para escutar e admitir tais fundamentos, e que, enfim apreciem a verdade, prestem com gosto o ouvido às razões, mesmo quando procedam da boca do adversário, e sejam o bastante equitativos para suportar que não se lhes dê razão, quando a verdade está do outro lado. Disto segue-se que, entre cem pessoas, há apenas uma com a qual valha a pena discutir.

(Como Vencer Um Debate Sem Ter Razão: Em 38 Estratagemas (Dialética Erística); intr. notas e comentários por Olavo de Carvalho; trad. de Daniela Caldas e Olavo de Carvalho. Rio de Janeiro, Topbooks, 1997).

Sem comentários: