terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Desperdício e Insensatez

Pode parecer banal, mas isso chamou-me a atenção.

Na manhã de sábado, fui comprar pão, presunto e queijo para o café-da-manhã. Nada de mais. Como de hábito, insisti para que a funcionária do supermercado cortasse o pressunto para que ele ficasse bem fino (o melhor que há), pelo que ela me olhou com certo enfado. Ao ver que tinha posto mais presunto no pratinho do que eu havia pedido, retirou o excesso e, pura e simplesmente, o jogou na lata de lixo. Isso mesmo: na lata de lixo.

Fiquei boquiaberto com isso e acho que ela percebeu meu olhar surpreso, mas nada disse. Calado, peguei minhas compras e fui ao caixa.

Como alguém faz uma coisa dessas assim, sem mais nem menos? Será que ela não pensou, por um momento sequer, que estava ali mesmo destruindo, sem a menor necessidade, uma mercadoria que poderia ser vendida para outro? Será que não se lembrou de tanta gente que morre de fome ou se alimenta mal em nossa cidade, enquando ela desperdiçava comida? Que ética é essa?

Aquilo me pareceu uma enorme insensatez, uma brutal falta de sensibilidade para com os que passam fome, um dano totalmente despropositado a uma propriedade privada. Não entendo mesmo isso.

Enfim, queria mesmo fazer este desabafo, não fazer um sermão ou um tratado moral. Se isso servir para sinalizar a alguém como tal atitude é errada, já fez muito e me dou por satisfeito.

Links Interessantes 1

Dêem uma olhada nuns sites interessantes que encontrei por aí:

Nipocultura

China Today

Minha China

Persecution

American Catholic

The Society of Christian
Philosophers


Institut Michel Villey

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Assim caminha a humanidade?



Vai me dizer que isso aí não tem um pé firme na realidade? Que é tudo um puro exagero?

E o pior é que, ao que parece, a tendência não está restrita a esses países. Há algo de podre no mundo contemporâneo.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

O Império Romano é a Europa, e outras doidices

Eu devo mesmo ter algo de masoquista, para ainda ler bobagens como essas, escritas por Lustosa da Costa hoje, no DN:

Desde os tempos de Cleópatra, Roma e, por conseguinte, a Europa, exploram os egípcios. A tirania, derrubada pelo povo, foi sustentada pelos Estados Unidos e por Israel para se manter obediente a ambos. Agora, os americanos só admitem uma democracia, que se comprometa a defender os interesses ianques e sionistas. Senão, o país passará a ser considerado terrorista como o Iraque e o Irã, mesmo que, no seu caso, não tenha petróleo.

1)Desde quando na Antiguidade havia o conceito de “Europa”? Havia sim o de Império Romano, que dominou boa parte da Europa. Os povos então não eram “europeus”, mas sim latinos, germânicos, celtas, iberos, lusitanos, etc. Confundir a dominação romana com imperialismo europeu é coisa de ignorante em História;

2)Se a ditadura de Mubarak foi de facto “derrubada pelo povo” é algo que ainda cabe verificar pois, a rigor, não existem “revoluções populares”, segundo o ex-agente da KGB, Yuri Bezmenov. Toda revolução é provocada por lideranças específicas que usam, muitas vezes, o povo como fachada;

3)Egito obediente? Ser aliado dos EUA e de Israel é ser obediente? Curioso raciocínio. Além disso, falta ao articulista explicar por que raios países devem receber com a maior indiferença a notícia de que um país aliado pode se tornar seu inimigo, ainda mais um inimigo mortal, devido à mudanças políticas.

Da mesma maneira que Venezuela não é considerado país democrático porque não se porta de maneira subserviente diante de Washington. É o imperialismo americano que tenta continuar a mandar no mundo e recolher as riquezas da maioria em seu benefício.

Ué, como pode ser considerado democrático um país cujo governante já modificou a Constituição várias vezes em proveito próprio, persegue opositores, atenta gravemente contra a liberdade de imprensa e já declarou que seu objetivo é criar um regime socialista nos moldes de Cuba e da URSS? Por que Lustosa da Costa não prova o contrário?

Escravos, sim

O governo fascista e corrupto da Itália quer impedir que tunísios, sempre explorados pelos romanos, ingressem no país. Como escravos, podiam entrar. Como candidatos a trabalhadores, com direitos garantidos, não. É visão europeia e imperialista dos europeus.


Descontando o facto de que o governo brasileiro é, tradicionalmente mais corrupto do que o italiano, observemos:

1)Quer dizer que os italianos de hoje devem ser cobrados pelos actos dos romanos da Antiguidade? O articulista, que no Ceará parece ter fama de muito culto, não sabe a diferença entre a Itália e a Roma Antiga, bem como a existente entre Cartago e seus arredores e a moderna Tunísia?

2)Quem disse que os tunisianos querem entrar “como candidatos a trabalhadores, com direitos garantidos”? Querem entrar como refugiados por razões humanitárias. A Itália e a EU têm toda razão em ficar apreensivos com a entrada massiva desses estrangeiros, que podem muito bem se transformar em imigrantes ilegais, com todos os problemas implicantes já conhecidos. Exceto por Lustosa da Costa, ao que parece;

3)Cadê o tal “fascismo” no actual gverno italiano? O articulista aí só faz seguir a radição – inventada pela esquerda – de rotular de “fascista” aquilo de que não goste. É a corrupçao da linguagem, o primeiro mal provocado por ideologias;

4)Caso não tenha reparado, a visão dos europeus é, necessariamente, europeia. Tautologia aí.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

A Confissão e o Escrevinhador

É cada coisa que se publica na internet! Cada maluco que resolve abrir a boca para falar besteira, principalmente por estar resguardado pela virtualidade do meio!

A imprensa fabricou certa “polêmica” – digamos que tenha sido uma – sobre a possível permissão do Vaticano para que os fiéis católicos possam se confessar através de um aplicativo do iPhone, da Apple. O Vaticano já desmentiu isso, afirmando que a confissão deve ser física, entre o fiel e o sacerdote, e que confissões virtuais são inválidas. É claro que a tal “polêmica” deveria acabar aí, por clara vacuidade.

Pois bem: com sua irrefreável propensão para falar besteiras, Janer Cristaldo publicou, na quinta-feira, um artigo estúpido que não tem qualquer outra finalidade a não ser agredir a Santa Madre Igreja. Dentre as sandices, destaco a seguinte:

Embora os católicos, de modo geral, há muito não se confessem, duvido que a Igreja renuncie a esse formidável instrumento de humilhação do ser humano. No confessionário, todo católico – este animal em perigo de extinção – se ajoelha ante o padre e admite espontaneamente pecados que nem acredita que sejam pecados, a um tirano que exerce com prazer sua tirania. Desconheço sacerdote que renuncie ao poder do qual se imbui.

1)Bobagem dizer que “católicos não mais se confessam”. Quem conhece meios mais pios sabe muito bem que é exatamente o contrário disso. Não raro nesses meios pessoas se programam para confessar-se, pelo menos 1 vez ao mês e conheço quem se confesse todas as semanas. Certa vez, meu padre em Coimbra me disse que já viu, na Sé Velha daquela cidade, gente fazer fila para se confessar. Cristaldo está falando dos católicos de sua imaginação, que não coincidem exatamente com os reais;

2)Católicos estão em extinção??? Acaso o parvo ex-jornalista desconhece a expansão da Igreja na África, na Ásia e nos EUA? Provavelmente sim, já que esses lugares não ficam na Europa;

3)“Formidável instrumento de humilhação do ser humano”??? Bom, para pessoas inchadas de orgulho, que imaginam que “estar em paz com a própria consciência” é a maior garantia de bondade moral de seus actos, realmente, reconhecer-se pecador é “humilhante”. Pior: reconhecer-se cheio de pecados diante de outro homem e pedir a Deus o perdão desses mesmos pecados. O homem que ouve e dar conselhos ao fiel caído – o sacerdote – perdoa porque Deus o perdoou. Ao contrário do que diz Janer, ninguém confessa pecados quando não crê que os cometeu, o que corrobora a suspeita que cogitei no final do ponto 1;

4)De qual tirania ele fala? De ouvir pacientemente as misérias de um homem e dar-lhe conselhos para se recuperar delas? De sofrer dos males dos outros? De auxiliar alguém a crescer em graça? De perdoar os pecados dos outros? Que raios de tirania é essa? Será que Janer Cristaldo sequer sabe o que é uma tirania?

5)Se ele conhece mesmo teologia - ele se imagina uma autoridade no assunto, embora só o seja de facto para si mesmo e para uns 3 ou 4 gatos pingados – sabe que o exercício do sacramento da penitência e reconciliação não é autoatribuido, mas foi concedido por Jesus Cristo aos seus apóstolos (Jo 20, 21-23) e destes aos sacerdotes, por serem seus sucessores. Ainda assim, não é qualquer sacerdote a quem o bispo confere esse poder, pois “o ministro desse sacramento deve unir~se à intenção e á caridade de Cristo. Deve possuir um comprovado conhecimento do comportamento cristão, experiência das coisas humanas, respeito e delicadeza diante daquele que caiu; deve amar a verdade, ser fiel ao magistério da Igreja e conduzir, com paciência, o penitente à cura e á plena maturidade. Deve orar e fazer penitência por ele, confiando-o à misericórdia do Senhor.” (Catecismo da Igreja Católica, nº 1466). Pois é, as coisas são bem diferentes de como diz Janer Cristaldo.

Cuidado com os palpiteiros desqualificados e maliciosos que pululam na internet!

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Leituras Virtuais 10

No more civility? Here's my solution
Joseph Farah fala sobre a civilidade no debate político americano.

The American Way of Abandonment
Patrick J. Buchanan comenta do abandono americano a Hosni Mubarak.

Goethe e Jó
Uma comparação entre duas almas. Por Nivaldo Cordeiro.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

No orkut, um aluno do Olavo de Carvalho publicou uma bibliografia recomendada por este no intuito de dar um melhor direcionamento intelectual a quem isso busque. Copio-a aqui, para regalar meus 4 ou 5 leitores. Aproveitem!

A Bíblia
Platão, A República
Aristóteles, Metafísica
Sto. Tomás de Aquino, Suma Teológica
Sto. Tomás de Aquino, Comentários a Aristóteles
Dante Alighieri, A Divina Comédia.
Shakespeare, King Lear
Camões, Lírica e Os Lusíadas
G. W. von Leibniz, Discurso de Metafísica
F. W. von Schelling, Filosofia da Revelação
F. M. Dostoiévski, Os Demônios
Edmund Husserl, A Crise das Ciências Européias e a Fenomenologia Transcendental
Louis Lavelle, La Dialéctique de l'Éternel Présent
René Guénon, O Reino da Quantidade e os Sinais dos Tempos
Xavier Zubiri, El Hombre y Dios
Victor Frankl, A Vontade de Sentido
Eric Voegelin, Ordem e História
Eric Voegelin, História das Idéias Políticas
Bernard Lonergan, Insight

Publicado no meu antigo blog, Nova Mensagem, em 03 de Março de 2006.