segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Às vezes não é fácil mesmo estar em Coimbra. A pressão pelos estudos (ainda mais quando se tem a perspectiva de os terminar em, no máximo, um ano), os afazeres domésticos do dia-a-dia (que aqui parecem consumir mais tempo do que em Fortaleza), diversos cuidados e pequenas concernências podem pesar como uma capa de chumbo sobre nós. Hoje foi um dia assim para mim.

Isso dá-se sobretudo no que diz respeito aos pensamentos: penso na aborrecidíssima tarefa de resolver pendengas documentais (é impressionante a burocracia e a complicação destas coisas por cá!), na dificuldade das provas, no tempo exíguo para cuidar dos afazeres, na adminitração das finanças pessoais, no futuro, no passado, nos que ficaram no Brasil, nos que por cá estão, nos meus projectos intelectuais,nos meus deveres para com Deus…

É duro isso, e às vezes desanima. É quando percebo a necessidade imperiosa de harmonizar os diversos aspectos da minha vida, bem como a importância de colocar Deus no centro dela. Sim, pois dou voltas e voltas até perceber que estou em Suas mãos e nada acontece em minha vida que não seja permitido por Ele. Ele é o único com quem posso sempre contar e de quem dependo absolutamente, pois porque sem mim nada podeis fazer (Jo 15:5).

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Em Coimbra novamente

Voltei há 9 dias à Coimbra. Vim para resolver de vez minha vida académica; se termino já e começo o mestrado, se termino no fim desse ano académico ao mesmo tempo que começo o 2º Ciclo ou se ainda ficarei 2 anos por aqui, sendo o 2º ano o Mestrado. Até cogitei em largar tudo aqui, mas deixa para lá essa doidice.

A maior surpresa que tive por aqui foi justamente ter, de facto, sentido poucas saudades da cidade quando cá cheguei. Pensei que teria uma grande emoção ao revisitar minha Coimbra amada. Entretanto, o que tive foi uma espécie de serenidade, como se Coimbra estivesse ao lado de Fortaleza e eu não estivesse longe da tricana urbe por mais de 1 ano. Estranho, mas foi o que senti.

Notei algumas mudanças na cidade. A escadaria do Arco da Almedina desapareceu. Em seu ligar está uma rampa. Parte das pedras rústicas daquele espaço foi substituída por um piso de pedras polidas, não sei bem como descrever (sou totalmente leigo em engenharia). As obras de recuperação da Torre da Universidade terminaram, e a mesma está como que um marfim. A Alcáçova, de forma geral, está em muito bom estado. Entretanto, deve-se dizer que parte da Alta está mais suja devido aos grafites, principalmente os feitos pelos moradores das Repúblicas, o que só colabora para degradar ainda mais essa valiosa área de Coimbra. Além disso, o entorno da Sé Velha está meio perigoso à noite. Houve mesmo, há uns dias, uma tentativa de assalto à residência paroquial, segundo me informou o monsenhor João Evangelista Jorge, paroco da Sé Velha e meu grande amigo.

Depois narro mais esse retorno à Coimbra. Ainda faltam mais coisas interessantes para relatar. Até a próxima crônica.

domingo, 5 de setembro de 2010

Coimbra, aqui me tens de regresso!

Pois é, finalmente chegou a hora. Adiei o quanto pude, mas desde o princípio sabia que esse dia tinha de chegar, mais cedo ou mais tarde. Depois de 378 dias longe de Coimbra, é hora de voltar para a cidade dos doutores e dos estudantes de Portugal. Preciso resolver uns assuntos acadêmicos importantíssimos por lá. Deixo por aqui a família, os amigos e minha namorada muito amada, para reencontrar uma cidade que amo muito, mas que, por ora, me trará mais tribulações, cansaço, aborrecimentos e despesas. É a vida. Que fazer?

Mas no fim de novembro cá me encontro de novo. É rapidinho - três meses passam rápido - e já já estou cá novamente.

Até a volta, Fortaleza amada!

sábado, 4 de setembro de 2010

Mais um lançamento imperdível!



Mais um interessantísimo lançamento da É Realizações. Mais um interessantísimo livro traduzido pelo Pedro Sette-Câmara. Mais um livro a ser adquirido o quanto antes para a minha biblioteca.

Quem quiser encomendar, que comece.

Drogas e pseudocomparações

Sempre tive o Pedro Sette-Câmara na conta de um homem muito inteligente e um bom escritor. Por isso, quando li seu texto "Da legalização das drogas à união entre Igreja & Estado" tive um certo desapontamento. Nele, Pedro Sette-Câmara pretende refutar a ideia de alguns conservadores segundo a qual a legalização da drogas seria inconveniente, pois faria com que as FARC se tornassem um poder econômico muito maior do que é hoje, através da seguinte comparação:


Pela mesma lógica, vamos pensar na conveniência de defender a reunião entre a Igreja Católica e o Estado brasileiro. CNBB com poder de polícia? I rest my case.


Sinceramente, não vejo o menor sentido nessa comparação. Não vejo como a referida reunião traria benefícios à Santa Madre Igreja ou ao Estado Brasileiro. Nem a Igreja teria mais e melhores fiéis, nem o Estado se santificaria ou se fortaleceria em virtudes. O mais provável é que ambos se deformassem bastante. Nada a ver com o assunto que motivou o post.

Aviso desde já que não vejo nada de absolutamente benéfico em se legalizarem as drogas. Mas se Pedro Sette-Câmara pretende defender essa causa, vai precisar de argumentos melhores do que uma comparação deslocada e uma ironia sem sentido.