Eu devo mesmo ter algo de masoquista, para ainda ler bobagens como essas, escritas por Lustosa da Costa hoje, no DN:
Desde os tempos de Cleópatra, Roma e, por conseguinte, a Europa, exploram os egípcios. A tirania, derrubada pelo povo, foi sustentada pelos Estados Unidos e por Israel para se manter obediente a ambos. Agora, os americanos só admitem uma democracia, que se comprometa a defender os interesses ianques e sionistas. Senão, o país passará a ser considerado terrorista como o Iraque e o Irã, mesmo que, no seu caso, não tenha petróleo.
1)Desde quando na Antiguidade havia o conceito de “Europa”? Havia sim o de Império Romano, que dominou boa parte da Europa. Os povos então não eram “europeus”, mas sim latinos, germânicos, celtas, iberos, lusitanos, etc. Confundir a dominação romana com imperialismo europeu é coisa de ignorante em História;
2)Se a ditadura de Mubarak foi de facto “derrubada pelo povo” é algo que ainda cabe verificar pois, a rigor, não existem “revoluções populares”, segundo o ex-agente da KGB, Yuri Bezmenov. Toda revolução é provocada por lideranças específicas que usam, muitas vezes, o povo como fachada;
3)Egito obediente? Ser aliado dos EUA e de Israel é ser obediente? Curioso raciocínio. Além disso, falta ao articulista explicar por que raios países devem receber com a maior indiferença a notícia de que um país aliado pode se tornar seu inimigo, ainda mais um inimigo mortal, devido à mudanças políticas.
Da mesma maneira que Venezuela não é considerado país democrático porque não se porta de maneira subserviente diante de Washington. É o imperialismo americano que tenta continuar a mandar no mundo e recolher as riquezas da maioria em seu benefício.
Ué, como pode ser considerado democrático um país cujo governante já modificou a Constituição várias vezes em proveito próprio, persegue opositores, atenta gravemente contra a liberdade de imprensa e já declarou que seu objetivo é criar um regime socialista nos moldes de Cuba e da URSS? Por que Lustosa da Costa não prova o contrário?
Escravos, sim
O governo fascista e corrupto da Itália quer impedir que tunísios, sempre explorados pelos romanos, ingressem no país. Como escravos, podiam entrar. Como candidatos a trabalhadores, com direitos garantidos, não. É visão europeia e imperialista dos europeus.
Descontando o facto de que o governo brasileiro é, tradicionalmente mais corrupto do que o italiano, observemos:
1)Quer dizer que os italianos de hoje devem ser cobrados pelos actos dos romanos da Antiguidade? O articulista, que no Ceará parece ter fama de muito culto, não sabe a diferença entre a Itália e a Roma Antiga, bem como a existente entre Cartago e seus arredores e a moderna Tunísia?
2)Quem disse que os tunisianos querem entrar “como candidatos a trabalhadores, com direitos garantidos”? Querem entrar como refugiados por razões humanitárias. A Itália e a EU têm toda razão em ficar apreensivos com a entrada massiva desses estrangeiros, que podem muito bem se transformar em imigrantes ilegais, com todos os problemas implicantes já conhecidos. Exceto por Lustosa da Costa, ao que parece;
3)Cadê o tal “fascismo” no actual gverno italiano? O articulista aí só faz seguir a radição – inventada pela esquerda – de rotular de “fascista” aquilo de que não goste. É a corrupçao da linguagem, o primeiro mal provocado por ideologias;
4)Caso não tenha reparado, a visão dos europeus é, necessariamente, europeia. Tautologia aí.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário